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Entrevista ao filho de Camilo Mendonça: “O Complexo do Cachão não foi um elefante branco”

Publicado por Fernando Pires em Qui, 2021-07-22 09:37

O Cachão “era uma solução cooperativa com um cooperante. O problema foi esse, porque se fossem todos cooperantes o Cachão não tinha desaparecido e estava melhor do que há anos atrás. Este é o pensamento de Álvaro Mendonça, professor do IPB, filho de Camilo de Mendonça, o mentor do complexo do Cachão.

 

O Complexo do Cachão pensado por Camilo de Mendonça tinha uma visão arrojada para dinamizar a agricultura transmontana numa lógica de assegurar a máxima valorização dos produtos e o seu escoamento oportuno, numa época em que quase tudo faltava na região. Álvaro Mendonça, professor do IPB, filho de Camilo de Mendonça, não concorda que a criação do complexo do Cachão tenha sido um elefante branco.

 “O primeiro projeto que apareceu para fábricas do Cachão data de 1962, o meu pai fez um documento que submeteu ao Ministro da Economia para financiar fábricas, barragens, regadios e outras coisas. Esse projeto, na altura custava 220 mil contos, a que corresponde hoje qualquer coisa como 91 milhões de euros que criou dezenas de postos de trabalho, beneficiou centenas de hectares de terreno e pôs dinheiro a circular, numa zona transmontana que era perfeitamente idade média”, refere.

“Em 1965, não havia tratores, havia machos para lavrar a terra, 8 por cento da população desta região é que tinha eletricidade e apenas 7 ou 8 por cento é que tinha água corrente e as pessoas tinham de sair para o estrangeiro para poderem sobreviver. Gastaram-se 90 milhões de euros, porventura nos anos 70 já chegava aos 500 milhões de euros, mas quanto é que se gastou na TAP ou no Novo Banco? É comparável a isso?” questiona Álvaro Mendonça.

 

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