Mirandela

Fatura da água aumenta em 2023

Publicado por Fernando Pires em Qui, 2022-12-22 14:54

No próximo ano, a fatura da água dos habitantes do concelho de Mirandela vai subir, em média, “cerca de dois euros e meio”.

As contas são do executivo da câmara, tendo em conta uma família modelo que tenha um consumo entre os 6 e os 15 metros cúbicos. Em sentido inverso, haverá a inserção da tarifa social para os mais carenciados e da tarifa para as famílias numerosas que vai implicar uma redução na fatura da água.

É a consequência da subida das taxas de saneamento e de resíduos sólidos que o executivo liderado por Júlia Rodrigues justifica com uma recomendação da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) para tornar o sistema sustentável, tendo em conta que o Município de Mirandela diz ter um diferencial de 300 mil euros/ano entre aquilo que recebe dos munícipes e o que paga à Resíduos do Nordeste para o tratamento dos resíduos.

“A ERSAR notifica todos os anos os Municípios que não tenham a estrutura tarifária atualizada para o fazerem, tendo em conta a sustentabilidade ao nível da água, do saneamento e dos resíduos. Ora, no que toca à água, a sustentabilidade é de 95%, ou seja, os munícipes estão a pagar a água praticamente igual ao custo que a câmara tem, mas no saneamento e resíduos, a câmara tem custos que não consegue assumir porque a sustentabilidade é de apenas 45%”, revela o Vice-Presidente da autarquia.

Perante isto, é certo que os habitantes do concelho de Mirandela vão notar uma subida na fatura devido ao aumento das taxas de saneamento e de resíduos sólidos “Os mirandelenses vão pagar, em 2023, no geral, menos por água, mas como a taxa de resíduos e de saneamento está indexada ao valor e ao consumo da água e essas sim vão aumentar, levando a que no final do mês cada uma das faturas aumente, em média, cerca de 2,30 euros, desde que mantenham o consumo atual“, explica Orlando Pires, pegando no exemplo de uma família cujo consumo se situe entre os 6 e os 15 metros cúbicos.

Por outro lado, o vice-presidente da câmara de Mirandela sublinha a importância da redução da fatura da água que irá beneficiar as famílias numerosas e os que se enquadrem na tarifa social. “As famílias com mais de quatro pessoas vão ter, em cada escalão, um adicional de três metros cúbicos, pelo que a fatura vai diminuir e também a tarifa social, todas as famílias que tenham rendimentos indexado ao IAS também vão ter uma redução de 50% nas taxas, bem como as instituições particulares de solidariedade social e organizações não governamentais sem fins lucrativos”, conclui.

É a nova tabela de preços que o Município de Mirandela vai implementar em 2023, aprovada, na segunda-feira, na Assembleia Municipal de Mirandela, com 36 votos a favor, 16 contra e uma abstenção.

As votações
Rui Pacheco (PS) a favor:

“Mesmo que haja um ligeiro aumento ele não é significativo, uma vez que em três dos quatro escalões não há aumento, mas antes uma redução. Além disso, com a criação da tarifa social e a tarifa das famílias numerosas, parece-me que esse aumento, que foi uma recomendação da ERSAR para a sustentabilidade, não nos parece que seja minimamente preocupante para o comum munícipe consumidor de água”.

Carlos Carvalho (PSD) contra:
“A questão da taxa para famílias numerosas devia ter sido votada separadamente da atualização dos valores da água, porque consideramos esse aumento desproporcional, apesar de reconhecermos que a taxa para as famílias numerosas ser uma decisão positiva, mas votamos contra porque não faz sentido votar tudo em conjunto”.

Virgílio Tavares (CDS) contra:  
“Não podemos pensar em combater, por exemplo, a desertificação se não encontrarmos formas atrativas paras as pessoas virem para cá e se até a água vai aumentar, os jovens que pensam em vir para já não o vão fazer, porque depois há as rendas das casas a subir, os bens de primeira necessidade a subir. Um bem essencial como a água, numa zona como a nossa, em que no Verão ó calor é imenso, não faz sentido aumentar o preço da água”.

Jorge Humberto Fernandes (CDU) contra:
 “Houve um acrescentar do escalão que era de 5 a 10 metros cúbicos e que agora passa a ser de 5 a 15 metros cúbicos e que irá influenciar a maioria da população de Mirandela e o aumento é na ordem dos 13 por cento porque é uma forma inteligente que o Município arranjou para suportar os custos dos resíduos, mas há outra situação, é que o IVA está a ser cobrado nas taxas de saneamento e dos resíduos que é ilegal e a câmara continua a incluir esse valor”.

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