Trás-os-Montes e Alto Douro

Lista de sócios para eleições no Crédito Agrícola recusada pela Comissão de Avaliação

Publicado por António G. Rodrigues em Sex, 2022-01-07 11:26

Foram recusados dois dos quatros elementos candidatos na lista proposta por cerca de 900 associados ao Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro (dos distritos de Bragança e Vila Real), o que, para já, inviabiliza a sua participação no ato eleitoral, que deveria ter ocorrido no passado dia 28 de dezembro mas que ficou adiado para 10 de fevereiro.

“A Comissão de Avaliação emitiu um relatório recusando, de novo, a admissão da nossa lista a eleições. Na nossa perspetiva, de uma forma completamente injusta. Recusaram dois elementos. Um que já teria havido indicação que havia um incidente que impossibilitava o processo”, adiantou Mário Abreu Lima, mandatário da lista proposta pelos associados, que pretendia defrontar a lista proposta pelo atual Conselho de Administração, presidido por Paulo Martins.
“Não temos medo absolutamente nenhum. Quando chegamos a uma situação de avaliação, estas questões têm de ser avaliadas. Houve um escrutínio extremamente apertado para nós e para os outros nem sequer escrutínio existiu”, acusa Mário Abreu Lima.

“Se recusam dois elementos da nossa lista, pelos mesmos padrões teriam de recusar toda a outra lista porque os currículos nem sequer são comparáveis. Não é aceitável”, disse ainda o mandatário da lista de associados, que inclui nomes como o de Jorge Nunes ou Fernando Peixinho.
Mário Abreu Lima queixa-se, ainda, da ação da Mesa da Assembleia Geral na avaliação deste processo.

“Fizemos uma reclamação ao presidente da Assembleia Geral, que deveria gerir uma circunstância deste género.
Quem nos responde é toda a Mesa da Assembleia que, à exceção do presidente, é composta por candidatos da outra lista. Não pode haver julgamento em causa própria. Se propuséssemos o Dr. Horta Osório, provavelmente também não seria aceite”, acusou.

Mário Abreu Lima espera, ainda, a possibilidade de indicar outros elementos, de forma a que, pela primeira vez, possam participar duas listas neste ato eleitoral.
“Aguardamos por uma análise criteriosa e justa. Admitindo que possa haver justificação em relação aos dois elementos recusados (admitimos que possa haver uma questão em relação a um, ao outro não encontramos razão), mas, a sê-lo, que nos seja dada possibilidade de substituição. Já temos uma solução, mantendo a mesma qualidade e rigor dos anteriores elementos”, frisou.

Caso a resposta seja negativa, admite “recorrer aos tribunais”.

Assembleia polémica

O ato eleitoral estava marcado para o passado dia 28 de dezembro numa Assembleia Geral que, entre outros pontos, previa, também, a aprovação do Plano de Atividades e o Relatório e Contas.

Numa reunião magna que durou das 14h00 às 21h00, as contas acabaram aprovadas com 83 votos favoráveis, 76 contra e quatro abstenções.

“A Assembleia decorreu de maneira complicada, muito pela forma como foi conduzida e a discussão profundíssima de um requerimento por nós avançado na tentativa de reposição do estatutariamente definido, sobre os prazos da disponibilização dos documentos fundamentais, para que os associados os pudessem consultar para debater os assuntos no local próprio.

Esta situação levou a que metêssemos o requerimento para o adiamento da Assembleia e a discussão destes assuntos poder ser feita com critério. A Mesa não aceitou, desde logo, incluindo a possibilidade de ser o próprio plenário a pronunciar-se sobre esse requerimento. Isso levou a uma perda de tempo enorme e uma grande manifestação de opiniões.

Não era nossa intenção votar contra o orçamento de forma sistemática mas haver um debate minimamente sustentado”, garantiu.

Já Paulo Martins, candidato a um segundo mandato, revelou que o ato eleitoral (terceiro ponto da ordem de trabalhos) acabou por não poder acontecer devido à data em que o relatório final da Comissão de Avaliação foi conhecido e mostrou-se surpreendido com a tentativa de chumbo.

“O que nos surpreende é o facto de a lista opositora alegar desconhecimento do documento e, por isso, votaram contra, quando o mais natural seria absterem-se.
A Assembleia acabou por ir ao encontro daquilo que eram as pretensões e o histórico desta Caixa no cumprimento das suas obrigações. A documentação esteve sempre disponível a partir das datas nos estatutos”, garantiu.

“Houve um conjunto de pontos que foram suspensos no dia 28 e têm a ver com o facto de a comissão de avaliação  ter terminado os trabalhos sem cumprir o prazo de duas semanas que permitisse a eleição. Terminaram um dia ou dois antes da Assembleia, o que inviabilizou o ato eleitoral.

Foi suspensa e marcou nova data para dar continuidade à Assembleia com os pontos em falta na ordem de trabalhos.
De acordo com o que sei, foi suspensa e vai continuar com quem aparecer. Podem ser os mesmos, os mesmos mais outros ou só outros”, precisou o mesmo responsável.

 

Assinaturas MDB