Nordeste Transmontano

Partidos no poder esperam gastar mais nas campanhas

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2021-09-16 11:00

Em oito dos 12 concelhos do distrito de Bragança, os partidos que estão no poder esperam gastar mais na campanha das eleições autárquicas do que o principal opositor. No entanto, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela e Mogadouro são a exceção que confirmam a regra.

De acordo com a informação prestada pelas campanhas ao Tribunal Constitucional, que o Mensageiro consultou, a campanha de Hernâni Dias (PSD) em Bragança será a mais cara do distrito, com um gasto previsto de 54 972 euros. No entanto, em Macedo e Mirandela, o PSD também espera gastar acima dos 50 mil euros.

Já o Partido Socialista espera gastar menos de 50 mil euros em todos os concelhos, incluindo o da capital de distrito, onde a campanha de Jorge Gomes orçamentou apenas 27 577 euros.

Vinhais será o concelho onde o PS mais investe, com um orçamento previsto de 45 844 euros, seguido de Mogadouro, com 41 103 euros.
O CDS-PP tem em Mirandela a principal aposta no distrito, com um orçamento de 12 mil euros enquanto o Bloco de Esquerda aposta, sobretudo, em Bragança (5 684 euros) e Vila Flor (3 284 euros).

Também a CDU tem a principal aposta em Mirandela, concelho onde espera investir 11 900 euros na campanha, contra os 10 200 de Bragança.
Quanto ao Chega, orçamentou verbas para todos os concelhos apesar de só ter candidaturas em cinco dos 12 (Bragança, Macedo, Vinhais, Miranda do Douro e Mirandela).

De acordo com o presidente da Distrital do partido, José Pires, os orçamentos foram entregues antes da finalização das listas nos concelhos.

Economista aponta decréscimo de investimento em tempo de pandemia

Ao Mensageiro, o economista e docente da Universidade do Minho, Paulo Reis Mourão, aponta para um decréscimo de cerca de 12 por cento provocado pela pandemia.

“Há uma tendência de redução em redor dos 12% para a generalidade das forças concorrentes. As razões para este decréscimo são várias – desde uma certa ‘pressão moral’ advinda da solidariedade com o ciclo negativo trazido pela pandemia para as famílias e empresas até à poupança nas despesas feitas em outdoors e material convencional em favor da exploração de canais mais baratos como as redes sociais”, explica.
Nesta altura, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter sido eleito com uma campanha ‘barata’ para a Presidência da República, o fenómeno começou a fazer escola.

“Marcelo jogou com a folgada expectativa que, na prática, permitiu ‘derrotar’ as alternativas ainda antes de se moverem. Depois, a eleição presidencial, uma eleição muito mais personalizada/individualizada, dispensava o esforço de captação de eleitorado através dos instrumentos de visibilidade maior usados na competição autárquica (cartazes, sonoridades, show-off, etc). De qualquer modo, acho ainda difícil ganhar-se uma junta ou uma câmara municipal sem campanhas de proximidade pessoal, dado que se trata de eleições onde tradicionalmente o histórico de confiança ou de amizade entre vizinhos pesa mais do que a diferença de orientações político-partidárias recentes”, concretiza Paulo Reis Mourão.
 

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