Presidente da Assembleia Municipal não se recandidata

Luís Guimarães, deputado Municipal do Partido Socialista e atual Presidente da Assembleia Municipal de Mirandela, não vai ser candidato nas eleições autárquicas deste ano.
Sem prestar declarações gravadas, pelo menos nesta fase, o próprio Luís Guimarães confirmou ao Mensageiro, essa decisão, que já há algum tempo andava a ser tema de vários comentários nas redes sociais e que já era do conhecimento geral entre os seus contactos mais próximos.

Numa breve declaração escrita, Luís Guimarães diz terminar, no final deste mandato, a sua participação ativa na política, porque “entendo já ter prestado a devida quota parte de serviço público/político em prol do Concelho de Mirandela”. A decisão, diz, já foi também apresentada na respetiva estrutura partidária.

Reitera, no entanto, que irá continuar a desempenhar as funções que lhe foram conferidas pelos eleitores e deputados municipais até ao próximo ato eleitoral, “com o total empenho, dedicação e diligência de sempre”.

Apesar de não avançar com mais justificações, são conhecidos alguns episódios, ao longo destes três anos e meio de mandato que poderão ter contribuído para esta decisão, como as constantes intervenções mais “acaloradas” de alguns deputados que muitas vezes ultrapassaram aquilo que Luís Guimarães considera ser a linha vermelha da esfera do debate político e do confronto de ideias.

Além disso, o presidente da Assembleia Municipal também assumiu, em alguns momentos, uma posição divergente relativamente ao executivo liderado por Júlia Rodrigues. Foi o caso do “dossier Sacor”, que apesar de ter sido retirado antes de ir a votação, Luís Guimarães fez questão de tomar uma posição contra a proposta de permuta apresentada pelo executivo.

Também relativamente à desvinculação do Município da Associação MirCom, Luís Guimarães optou pela abstenção pelo processo lhe ter levantado muitas reticências.
Eleito presidente em cenário de minoria.

Depois de uma vida dedicada à área financeira, no setor bancário, Luís Guimarães aceitou liderar a lista do Partido Socialista à Assembleia Municipal de Mirandela, nas autárquicas de 2017 e saiu vencedor com mais 72 votos do que a lista do PSD, liderada por José Manuel Pavão, anterior presidente da Assembleia Municipal.

Apesar de vencer a eleição para aquele órgão autárquico, o PS não tinha o maior número de membros eleitos, dado que elegeu 14 deputados diretos, os mesmos que o PSD, mas juntando os presidentes de junta que têm assento na Assembleia por inerência, a sua constituição resultou numa maioria da lista social-democrata, porque venceu em 14 freguesias, enquanto o PS ganhou em 9.

No total dos 61 membros, o PSD tem 32 deputados municipais, contra 23 do PS, três independentes, dois do CDS e um da CDU.

Só que a maioria absoluta do PSD na Assembleia Municipal não ficou traduzida em votos na instalação da mesa daquele órgão autárquico, pelo que foi o PS que conquistou os três lugares da Mesa, com Luís Guimarães a presidente e Luísa Torres Belchior e José António Ferreira, como secretários, ganhou com 32 votos (mais nove que os deputados que elegeu), contra apenas 28 do PSD (menos quatro que os deputados eleitos) que tinha na lista os nomes de José Manuel Pavão, Humberto Cordeiro e Otília Lima.

As assembleias municipais são o órgão central do poder democrático local, cabendo-lhe tomar as principais deliberações do município e fiscalizar a atividade da câmara municipal, órgão executivo perante ela responsável.