Quebra na produção de azeite não será compensada mesmo que preços continuem a subir

A subida dos preços do azeite poderá não compensar a quebra da produção de azeitona que em Trás-os-Montes se prevê acentuada, entre os 40 e os 50%. A isto, as previsões dos olivicultores apontam uma retração do consumo face aos preços elevados do azeite, que continuam em escalada, e à crise económica “que pode levar os consumidores a optar por outras gorduras mais baratas”, antecipa Artur Aragão, olivicultor, empresário e proprietário de um lagar em Alfândega da Fé. “As pessoas não conseguem comprar azeite a um preço três vezes superior ao que era há dois ou três anos. Se o consumo baixar de forma acentuada, o preço vai baixar também”, acrescentou o empresário.
Em média os olivicultores transmontanos são pequenos produtores que destinam parte da produção para o autoconsumo. “Um agricultor que apanhe em média dois mil quilos de azeitona, produz 400 litros de azeite, leva 100 para casa e vende 300. Num ano como este, com uma quebra de 50%, leva na mesma os 100 litros, mas deixa menos para vender. Só vende 100 o que não compensa a quebra”, explicou Artur Aragão.