A opinião de ...

Evidentemente que vamos vacinar, mas quem, quando, como e porquê?

Sem retirar uma vírgula que seja ao meu comentário publicado na página 11 da edição 3825 do “Mensageiro de Bragança”, com o título “Porque é Necessário, Urgente, eficaz e Seguro – VACINAR É PRECISO”, pela importância do assunto, pela atualidade e pertinência de algumas questões que me foram postas durante estes últimos dias, para tentar esclarecer algumas das dúvidas que mais preocupam um grande número de pessoas, mesmo, correndo o risco de me fazer repetir, pareceu-me pertinente voltar ao assunto da vacinação e, resumidamente, tentar dar-lhes a resposta possível.
Haverá quem possa pensar de maneira diferente? Sem dúvida e, ainda bem que assim é.
VAMOS VACINAR, MAS QUEM?
Obviamente que têm o mesmo direito, a ser vacinados todos aqueles que o pretendam ser, desde que tenham as condições necessárias para poderem ser vacinados e cumpram todas as determinações das autoridades de saúde competentes e responsáveis, mas não podemos ignorar que a metodologia adotada para organizar muitas das prioridades consagradas, está manifestamente influenciada, e enquanto tal manifestamente inquinada, pelos grupos com maior capacidade de se fazerem ouvir, capacidade de reivindicar e impor as suas ideias.
Os chamados grupos prioritários já são tantos, que, para o comum das pessoas, se torna quase impossível entender o porquê e para quê complicar tanto um processo que só teria a ganhar com uma organização mais simples e menos burocratizada, o que facilitaria imenso a dinâmica indispensável a um processo desta magnitude e complexidade, aliviaria consideravelmente o esforço dos agentes, desde a montagem das estruturas de apoio até aos técnicos da área da saúde, como sejam os médicos, enfermeiros e tantos outros.
VAMOS VACINAR, MAS QUANDO?
Nesta fase tão complicada e nestes momentos tão conturbados de pandemia, esta é a mãe de rodas as dúvidas, porque, por melhor que os países se organizem, duma maneira ou de outras, estão todos pendentes da entrega atempada das vacinas pelas farmacêuticas, cujas interesses e prioridades nem sempre coincidem com as prioridades e as necessidades dos povos e, sobre estas guerras, haja quem possa e queira explicar, que a gente agradece.
VAMOS VACINAR MAS COMO?
Se não for rapidamente ultrapassado este contencioso com as farmacêuticas que, pelos vistos, se julgam acima da lei e dispensadas de cumprir os compromissos assumidos para uma entrega atempada das vacinas e não forem definidos e aplicados critérios justos, transparentes e objetivos da priorização das pessoas para serem vacinadas, será praticamente impossível responder a este desafio ciclópico de conseguir atingir em tempo oportuno a tão ansiada e urgente imunidade de grupo e, sem ela, quem ninguém se iluda, porque o domínio da pandemia nunca passará duma perigosa miragem.
MAS VAMOS VACINAR PORQUÊ?
Vamos vacinar porque, e repito, vacinar é necessário, é urgente, é eficaz e é seguro. Como tal, na esperança de que todos os responsáveis máximos pela condução deste enorme, difícil e complexo processo, tenham a capacidade e a coragem de cumprir cada um as suas obrigações, ninguém fica dispensado de, dentro das suas possibilidades e responsabilidades, tudo fazer para ajudar a levar o barco a bom porto.

Edição
3827

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