José Mário Leite

O CAMELO E A AGULHA (IV – CONCLUSÃO)

Expliquei aqui, em edições anteriores, que os bancos permitem o aumento da liquidez disponível no mercado, antecipando proveitos futuros e, com isso, fomentando a atividade económica, aumentando o rendimento disponível, permitindo o crescimento do emprego e do bem estar. É certo que a Banca e os banqueiros têm, com alguma intensidade e gravidade adicionais nos últimos tempos, cometido abusos e desvios graves ao princípio basilar e orientador da sua atividade. Em alguns casos têm sido os cidadãos a pagar, injustamente, os prejuízos desses desmandos.


O CAMELO E A AGULHA (III – DA CONFIANÇA)

Em duas crónicas anteriores contei uma história simples e verossímil: o empreiteiro António depositou um milhão de euros no banco do Aníbal. O Abel levantou esse dinheiro através de um empréstimo e entregou-o ao António para este lhe construir uma fábrica e voltou de novo ao banco. Foi emprestado depois ao Asdrúbal para comprar uma quinta. O antigo dono da Quinta depositou-o no mesmo banco. Com um único milhão em caixa o banco tem registado em contas três milhões.


O CAMELO E A AGULHA (II – A MULTIPLICAÇÃO NATURAL)

Terminei o meu texto anterior contando a história do António que depositou um milhão de euros no banco do Aníbal. O negócio dos bancos, como é sabido, é emprestar, com juros, o dinheiro dos depositantes. Foi assim que o Abel recebeu do banco o milhão que o António ali tinha depositado como empréstimo para fazer a sua fábrica. Quem lha construiu foi o António que era empreiteiro e recebeu esse mesmo milhão que depositou na sua conta. Ficou assim com dois milhões na sua conta corrente, pese embora no banco só haja um milhão de euros!


A GALINHA DOS OVOS DE OURO

 
Há frases que se colam aos seus autores como se fossem uma segunda pele e nunca mais desgrudam de quem as proferiu. “Que se lixem as eleições” é uma dessas afirmações que marcam quem a enunciou não pelo seu conteúdo intrínseco mas porque retrata uma certa maneira de pensar de quem, contrariamente ao que diz, mais não faz que tudo fazer para ganhar eleições. São, quais poetas pessoanas, fingidores que fingem ser dor a dor que deveras sentem.
 


OS PARAFUSOS DE D. QUIXOTE

Em Belém do Pará, celebrandro a cultura lusitana em parceria com a Academia Paraense de Letras, Fernando Calado, romanticamente, discorria sobre a suposta passagem de Cervantes por Bragança. Ideia agradável que me aconchegava o ego nordestino. O espírito científico de João Cabrita veio deitar água no fogo duvidando da tese carreada pelo poeta de Milhão. Faltariam provas evidentes a comprová-la, sobrando indícios a contrariá-la. Reconhecendo a validade do argumentário do João, a história contada pelo Fernando é, sem dúvida, a minha preferida.


O RETRATO DE SÁ CARNEIRO

 
Junto à estátua de Francisco Sá Carneiro, em Viseu, onde foi depositar uma coroa de flores, Pedro Passos Coelho declarou para a imprensa que “a frase de Sá Carneiro de que primeiro vem Portugal e só depois os partidos e cada um de nós, é uma visão que foi decisiva para moldar o comportamento do PSD ao longo destes anos”


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