A opinião de ...

Maria educadora no caminho da nossa fé

A Instrução Geral ao Missal Romano [IGMR] ao falar do ano litúrgico, solenidades, festas, e memórias, recorda que “a Igreja, ao mesmo tempo que celebra no decurso do ano o mistério de Cristo, venera também com especial amor a Santa Maria, Mãe de Deus”… . Por isso, as festas da Bem-aventurada Virgem, que se sucedem durante o ano, não contradizem, nem se opõem à celebração do mistério de Cristo, mas aprofundam-no. No dizer de São Paulo VI, Maria está “unida por laço indissolúvel à obra de seu Filho”. Não há ano litúrgico sem a presença de Maria, nem mistérios da Virgem sem o confronto com os mistérios de Cristo. O Advento é o tempo mariano na liturgia. O Natal é uma celebração contínua da maternidade de Maria. A Quaresma e a Páscoa são uma discreta, mas ativa e viva, presença de Maria. O Tempo Comum dá nota de uma ou outra solenidade mariana. Muitas festas e memórias marianas, de caráter popular, foram transferidas para o verão, para possibilitar um maior acesso e, celebrações mais participativas. Mesmo sem ciclo, ou tempo mariano, todo o curso do ano litúrgico é de celebração dos mistérios da Salvação e por isso de veneração da mãe do Senhor.
Jesus Cristo é o centro da liturgia e, o seu mistério vincula as festas de Maria à sua mesma celebração. Já no decurso do ano litúrgico, os mistérios de Cristo relacionam-se intimamente com os da sua mãe, como se pode ver nas sete sequências que se seguem:
1 - O Imaculado Coração de Maria celebra-se no sábado a seguir ao Coração de Jesus, 2.º Domingo de Pentecostes;
2 - A Assunção da Virgem Maria aos Céus, 15 de agosto, celebra-se antes da Ascensão do Senhor, quarenta dias depois da Páscoa;
3 - A Senhora Rainha, 22 de agosto, antes de Cristo Rei, no último dia do ano litúrgico, antes do primeiro domingo do Advento;
4 - A Natividade da Virgem Maria, 8 de setembro, antes do Natal do Senhor, 25 de dezembro;
5 - Nossa Senhora das Dores, 15 de setembro, no dia a seguir à Exaltação da Santa Cruz, 14 de Setembro;
6 - A Apresentação da Virgem Maria, 21 de novembro, antes da Apresentação de Jesus no Templo, 2 de fevereiro;
7 - A Imaculada Conceição da Virgem Maria, 8 de dezembro, antes da Anunciação do Senhor, 25 de março.
Maria é a educadora no caminho da nossa fé, mestra solícita de cada crente, como S. Paulo a cuidar das suas comunidades e conversos, zela por nós de um modo ainda mais intenso que este, «até que Cristo seja formado em vós» [Gal. 4, 19]. A educadora da fé e da oração de Cristo é realmente a educadora da nossa vida de fé em Cristo.
As festas litúrgicas de Maria em confronto com as de seu Filho são, tal como dizia São João Paulo II a propósito da recitação dos mistérios do rosário, como contemplar o “rosto de Cristo na companhia e na escola de sua Mãe Santíssima”. Não basta dizer que Maria é mãe de Cristo e, deslumbrar-nos com isso. Respeitar o homem em Jesus, e respeitar a ação da Graça em sua Mãe, significa tomar a sério a educação de Jesus por Maria e, a importância da função educadora desta para

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