A opinião de ...

"Nossa Senhora das Dores Maria mulher forte, corajosa, junto à cruz não renega o seu filho"

Presente junto à Cruz, Maria vive e sente os sofrimentos de Seu Filho, pelo que na liturgia se lhe dedica especial atenção, celebrando a sua memória, a 15 de setembro, logo após a festa da Exaltação da Santa Cruz, dia 14. As dores da Virgem, unidas aos sofrimentos de Cristo foram redentoras, indicando-nos o caminho da nossa dor.
Uma das orações coleta da missa, deste dia, recorda que Deus Pai colocou Maria junto de Seu Filho elevado sobre a cruz, participando assim nos seus sofrimentos. Ora o cristão, membro da Igreja associada com Maria à paixão de Cristo, aguarda também ele ser participante na ressurreição de Cristo.
Para o Papa Francisco Nossa Senhora das Dores, contempla-se aos pés da Cruz. E, contemplar este mistério da Mãe de Jesus, é contemplar um sinal de contradição, porque sobre a cruz Jesus é o vencedor. Para se entender esta contradição, ou ao menos para se aproximar deste mistério, exige-se um ato de Fé. Maria sabia disso e, toda a vida viveu com a alma trespassada. Maria não se deixou demover, pelos comentários das pessoas, uns a favor, outros contra, mas segue sempre atrás de seu Filho, por isso se lhe chama a primeira discípula. E, ser discípulo, afirma Santiago Guijarro, é «ir atrás de Jesus», segui-lo não só acompanhá-lo fisicamente, é identificar-se com ele, é assumir o seu projeto de vida e o seu destino. A inquietação de Maria fez nascer no seu coração este sinal de contradição.
Maria, em silêncio, sob a Cruz olha o seu Filho e, quem sabe se os comentário não seriam: olha, aquela é a Mãe de um dos três delinquentes. Mas, Maria dá a cara pelo seu Filho. É nesse momento, que Ela nos dá à luz, dá à luz a Igreja. ‘Mulher’ – diz-Lhe o Filho – ‘eis os teus filhos’. Não diz ‘mãe’, diz ‘mulher’. Mulher forte, corajosa, mulher que estava ali para dizer: ‘Este é meu Filho, não O renego’.
Esta passagem do Evangelho é mais para contemplar do que para refletir. Contemplar e imitar a Senhora, junto à cruz de seu Filho, é deixar que seja o Espírito Santo a dizer a cada um de nós aquilo de que precisamos.
Numa das orações de pós comunhão, deste dia, afirma-se também que o cristão alimentado pelo sacramento pascal, recordando as dores da Virgem Maria pede ao Senhor que lhe conceda, que tomando a cruz todos os dias, mereça participar da ressurreição de Cristo.

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