“Esta é a hora do Interior, mas falta investimento"

Toda a zona transfronteiriça entre Zamora e o distrito de Bragança enfrenta o maior despovoamento da Europa, sendo aquela onde residem menos jovens. As projeções não antecipam um futuro risonho.
Miranda do Douro tem um índice de envelhecimento (número de idosos por cada 100 jovens) de 447,2% e Vimioso de 616,5%, ambos são dos mais elevados do país. Torre de Moncorvo tem das mais baixas taxas médias de crescimento populacional, não cresce. É negativo -2,3%.
Os concelhos fronteiriços como Vimioso e Miranda do Douro, são dos que têm diminuído a população jovem, com menos de 15 anos, de forma flagrante.
Segundo os Censos de 2021: essa população baixou de 9,7 para 7,3% em Vimioso, concelho com 4149 habitantes. Miranda do Douro, concelho com 6463 habitantes, a população com menos de 15 anos baixou de 9,8 para 8,7% entre 2011 e 2021. Mesmo Bragança, onde está instalado o Instituto Politécnico e há mais imigrantes, a juventude não vai além de 10,8% quando a média nacional é de 12,9%.
No que respeita à população em idade ativa (15-64 anos), em Miranda do Douro, entre os anos 2011 e 2021, baixou de 57,9% para 52, 2. No concelho de Vimioso passou de 53,6 para 49,2%.
Em Bragança baixou de 65,4 para 61,0% e o índice de envelhecimento é de 260. O decréscimo populacional é transversal a todos os concelhos do Nordeste. Por exemplo, em Alfândega da Fé, com 4324 habitantes, a população jovem é de 8,2% e teve uma quebra de 1, 5 pontos percentuais face a 2011. A população entre os 14 e os 64 anos é de 54,0% e baixou 3,8% p.p. desde aquele ano.
No concelho de Vinhais, com 7768 habitantes, apenas 6,4% têm entre 0 e 14 anos. O concelho menos populoso é Freixo de Espada à Cinta, com 3216 habitantes, dos quais 10% têm entre 0 e 14 anos e 52,7% estão em idade ativa. As aldeias do distrito são quem mais perde população e estão cada vez mais desertas de gente, mesmo idosa.