Festival da Lombada cresce em orçamento e homenageia habitante de Palácios com 102 anos

A 24.ª edição do Festival de Música e Tradição da Lombada vai ter um momento especial, de homenagem à ‘Ti’ Leonor, de 102, naquele que é o mais antigo festival do género no distrito de Bragança.

Com realização prevista de 26 a 28 de julho, em Palácios, Bragança. A somar a isso, estreia-se, também, uma ronda das adegas, que irá marcar o arranque das festividades.

“Este ano, para além de uma imagem nova, mais apelativa, traz também uma exposição de espantalhos à aldeia. Teremos workshops de construção de cestas e de espantalhos, uma pequena homenagem à senhora mais idosa da aldeia, que tem 102 anos e que nos ensinou muitas músicas”, explicou o novo presidente da Associação Cultural, Recreativa e Ambiental de Palácios, Bruno Aliste.

Este ano, fruto de um reforço de mil euros no apoio da autarquia de Bragança (de um total de 6500 euros de orçamento), houve maior aposta na divulgação nas redes sociais. “Esperamos mais visitantes do que no ano anterior pois apostámos mais na divulgação nas redes sociais. Também temos mais procura de expositores mas não temos logística para mais”, frisou Bruno Aliste. Ao todo, estarão presentes dez expositores numa feira de artesanato.

O fim de semana começa com uma oficina de fabrico do pão em fornos tradicionais, na sexta-feira.

Sábado decorre a ceifa manual, de manhã, com carreja e almoço comunitário na terra, com comida tradicional da segada.

“À tarde temos a abertura da feira do artesanato e a malha tradicional, com um malho, para as pessoas mais novas verem como se fazia antigamente”, explicou Raúl Tomé, antigo presidente da associação e membro da organização.

“Domingo iniciamos com os toques da igreja, quer religiosos quer a rebate. O sino servia para comunicar com a aldeia. De tarde temos um concerto na igreja e um encontro de gaiteiros e tocadores”, disse ainda.

Este evento tem servido de chamariz para turistas virem visitar a aldeia, em pleno Parque Natural de Montesinho.

“Vêm turistas de todo o país e de Espanha. Há gente do Minho que já deixa a casa alugada de uns anos para os outros. Vêm de Lisboa, Águeda, Póvoa de Varzim”, disse Raul Tomé.
Por isso mesmo, o presidente da União de Freguesias, Altino Pires, lembra que “para qualquer freguesia do meio rural, um evento destes traz muita gente e as camas disponíveis são poucas”.

Apesar do reforço de verbas da Câmara, o orçamento continua a ser curto para tantas atividades. “O orçamento é sempre reduzido mas é um pouco maior do que nos outros anos. Tivemos um reforço por parte da câmara. Este ano é de 6500 euros, mais mil euros do que no ano passado.

No próximo ano gostávamos de fazer várias atividades nas seis aldeias da União das Freguesias, para evolvermos mais gente. É um dos nossos objetivos”, destacou o presidente da associação, Bruno Aliste.

Altino Pires, da União das Freguesias, lembra que a inflação acabou por ficar com parte deste aumento de verbas. Mas garante que, no próximo ano, quando se comemora a 25.ª edição, a festa será de arromba. “Nos 25 anos vai ter de ser um festival de arromba. Acreditamos que haverá um investimento acrescido da Câmara. Por parta da Junta seguramente que haverá, pois será o meu último ano de presidente e vamos queimar os cartuchos todos”, prometeu.

Na parte musical, Charango, Fonte da Pipa, DJ VGuess e Brama são as bandas convidadas.