Bragança

Obras de regeneração das Avenidas João da Cruz e Sá Carneiro inauguradas no Dia da Liberdade

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-04-27 12:33

O Dia da Liberdade serviu, em Bragança, de pretexto para a inauguração das obras de requalificação das Avenidas João da Cruz e Sá Carneiro, duas das artérias mais emblemáticas da cidade, e cujas obras, orçadas em 3,2 milhões de euros com 85 por cento de comparticipação de fundos comunitários, terminaram já há vários meses.
As cerimónias de inauguração seguiram-se à sessão solene da Assembleia Municipal, que decorreu no Auditório Paulo Quintela, numas comemorações que este ano tiveram pouca adesão.

Ainda assim, o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, sublinhou a “importância” destas obras para a cidade.

“São notórios os melhoramentos que foram introduzidos na mobilidade, tanto de viaturas como da parte pedonal, e daqueles que utilizam um transporte suave, nomeadamente as bicicletas, com a criação de corredores para este tipo de transporte, com a introdução das ciclovias, com o desnivelamento e a iluminação reforçada nas passadeiras e a forma como nos preocupámos em criar mobilidade para todos, nomeadamente para aqueles que têm dificuldades ou deficiência.

Estas preocupações estiveram na génese deste projeto, que teve alguma complexidade, alguma crítica inicial e atrito dentro da própria cidade, já que o que tinham sido projetos anteriormente apresentados não foram bem aceites pela comunidade.

Tivemos esta preocupação de tentar adequar a intervenção, respeitando a identidade histórica das duas avenidas e criando as dinâmicas necessárias para que as pessoas se possam deslocar em segurança e com a comodidade que é desejável”, frisou o autarca.

Hernâni Dias lembrou, ainda, que se criou também “uma rede de infraestruturas subterrânea, desde logo com a substituição das condutas de água, gás e saneamento, e a criação de um canal técnico que vai permitir, no futuro, que as infraestruturas digitais sejam introduzidas nestas avenidas sem que seja preciso andar a abrir buracos”.

“Queria ressaltar a preocupação que tivemos desde o início de fazer a ligação desta avenida, estruturante na cidade, tanto para a zona histórica, reabilitando todas as escadarias que existiam e criando inclusivamente uma mobilidade mais vantajosa com as escadas rolantes, e para a parte de cima, com acesso às escolas, à catedral, à própria sede do Município”, frisou ainda.

De fora da empreitada ficou a instalação de um elevador panorâmico ao lado do Teatro Municipal. “Teve de sair do projeto porque já não havia recursos financeiros mas temos o projeto feito, está tudo tratado. Quando houve essa capacidade de financiamento, cá estaremos para fazer essa intervenção, como tínhamos projetado”, garantiu.

Museu da Língua prestes a arrancar de novo

Entretanto, o autarca brigantino revelou ao Mensageiro que as obras do novo Museu da Língua “já têm visto do Tribuna de Contas” pelo que estão “prestes a arrancar”.

Apesar de não deverem estar prontas para serem inauguradas nos 50 anos do 25 de abril, a expectativa é que terminem até final de 2024.
“Gostaria imenso de o estar a inaugurar daqui a um ano mas será quase impossível. É uma obra muito complexa, grande, com um volume financeiro elevado e não acredito que num ano consigamos ter a obra concluída.

O objetivo é tê-la no final de 2024. Vamos trabalhar no sentido de evitarmos atrasos para podermos inaugurá-la no mais curto espaço de tempo”, frisou.

Presidente da CCDR garante fundos para a região no próximo quadro comunitário

Presente nas inaugurações esteve António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) que, em declarações exclusivas ao Mensageiro, garantiu que o próximo quadro comunitário deverá trazer mais fundos para a região.

“Estamos num processo de discussão do Norte 2030. Os fundos comunitários para a região vêm de várias fontes, desde logo do programa COMPETE ou dos programas temáticos, que têm uma abrangência maior, e depois do programa regional. Aí há um conjunto diverso de linhas, incluindo linhas para as empresas, de dimensão social, e uma que é contratualizada com os municípios e é nessa que estamos agora num processo de discussão com as várias comunidades intermunicipais.  Mas com certeza que teremos verbas para a região em nível idêntico ou superior ao quadro anterior”, garantiu.

Por outro lado, recusa a ideia de que as regiões do interior serão prejudicadas na distribuição dos fundos. “Certamente que não. Os modelos em que estamos a trabalhar favorecem, genericamente, os territórios do Interior face às zonas do litoral, sendo que isso já acontecia no quadro anterior, em que temos uma coesão regional. O mecanismo pelo qual recebemos a verba para a região, se o aplicássemos diretamente, se fizéssemos as contas como elas são feitas a partir de Lisboa, seria muito dependente da população e os territórios com menos população receberiam menos verbas.
Isso já acontecia e é algo que estamos a aprofundar no novo quadro”, disse.

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