“Até para o ano”... Emigrantes despedem-se das aldeias

Emigrante em França há mais de meio século, Alia Falgueiras Pinto, por estes dias de férias no concelho de Vila Flor, é francesa por formação e portuguesa pela emoção e o coração.
Fez as malas com destino a terras gaulesas com a família quando tinha 8 anos e ainda nem conhecia o Asterix. “Ninguém me perguntou se eu queria ir. Foi uma decisão dos meus pais. Não tive escolha, pois as crianças vão com os pais”, contou ao Mensageiro a escritora natural de Benlhevai.
Primeiro partiu o pai, em 1962, depois de se organizar, em 1963, mandou ir a mulher e os três filhos.
Alia andou lá na escola, assimilou a cultura e a língua francesas, no entanto guardou bem as memórias da liberdade terra natal como algo muito precioso. “Eu fui emigrante contra a minha vontade”, admite.
Quando chegou à idade adulta, sofreu mais ao tomar consciencia do sentimento do que “é ser-se emigrante”.
O conflito emocional resultou por sesentir de duas pátrias. “Gosto muito de Portugal e também gosto muito de França. Eu gostava se ser de um país. Queria ser portuguesa e tentei vir para cá. Apesar de nunca ter sofrido de racismo em França, na realidade fui obrigada a partir”, acrescentou.
O sonho de ser professora terá ficado pelo caminho. No entender de Alia por viver num país estrangeiro, num tempo em que os filhos dos emigrantes “pouco estudavam lá”, travou-lhe as ambições nesse campo. Para vir estudar em Portugal teria se ser a família a suportar os custos, o que não foi possível. “Quando acabei a escola, com 20 anos, já tinha idade para trabalhar, ainda que a maioria dos filhos de portugueses começasse mais cedo, aos 16. As raparigas iam servir para casa de franceses. Eu tive mais sorte estudei para ser secretária, mas no início foi difícil arranjar trabalho. Diziam-me que tirava emprego às francesas. Foi difícil conseguir a carta de trabalho e fui obrigada a naturalizar-me francesa”, recordou.
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