Bragança

Defesa quer reinquirir os cabo-verdianos amigos de Luís Giovani

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2022-10-13 10:09

A defesa de Bruno Fará, um dos sete arguidos acusados pelo Ministério Público de um crime de homicídio qualificado consumado em relação à morte de Luís Giovani Rodrigues, requereu ao tribunal que voltem a ser ouvidos em julgamento os três alunos cabo-verdianos que acompanhavam o aluno na noite da rixa numa rua de Bragança, na madrugada de 21 de dezembro de 2019, e que viria a morrer dez dias depois no Hospital de Santo António, no Porto.

Este requerimento vem na sequência das alterações aos factos relatados na acusação e na decisão instrutória pelo coletivo de juízes que está a julgar o caso no Tribunal de Bragança, e que levaram ao adiamento da leitura do acórdão que estava marcada para 19 de setembro.

Os arguidos do processo foram notificados por escrito da “alteração não substancial aos factos”, e ficaram com 10 dias para se pronunciar e apresentar prova nova.

As alterações feitas pelos juízes vão ao encontro da maioria das defesas e do que defendeu o próprio procurador do Ministério Público nas alegações finais do julgamento, nomeadamente que apenas Bruno Fará, terá atingido a vítima quando manuseava um pau.

A defesa deste arguido “não vê onde é que o tribunal foi beber argumentação na prova testemunhal para o facto novo e por isso pretende ouvir os ofendidos para os poder questionar sobre o facto porque naquela contenda foram os que estiveram mais próximos de Giovani e de Bruno Fará”, explicou o advogado Gil Balsemão que quer voltar a interrogar os três estudantes cabo-verdianos que estavam com Giovani. “Foi acrescentado que a briga, que teve início dentro de uma discoteca, foi provocada por um dos queixosos [Valdo Andrade] porque se meteu com umas mulheres, e que já na rua, Bruno Fará enquanto girava um pau no ar terá acertado no Giovani. Esta parte não resultou de qualquer depoimento das testemunhas ouvidas em julgamento. Não percebo qual é a origem desse facto e pedi que fossem reinquiridos os três cabo-verdianos”, explicou Gil Balsemão que aguarda que coletivo de juízes se pronuncie sobre este requerimento.

Segundo a acusação Giovani Rodrigues e mais três cabo-verdianos estivera envolvidos em agressões com os sete arguidos na madrugada de 21 de dezembro de 2019. Giovani deu entrada nessa noite na Urgência do Hospital de Bragança com um traumatismo cranioencefálico. Horas depois de ter entrado naquela unidade hospitalar foi transferido para Hospital de Santo António, onde esteve internado em coma durante 10 dias, tendo sido declarado morto no dia 31 de dezembro. A autopsia foi inconclusiva quanto à causa da morte, mas os peritos ouvidos durante o julgamento explicaram que o jovem de 21 anos apresentava apenas um ferimento na cabeça.

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