Festival da Lombada cumpriu 25 anos a lutar pelas tradições

Foi com uma enchente inesperada que o Festival de Cultura e Tradição da Lombada assinalou no fim de semana os 25 anos de existência naquela região do concelho de Bragança.
“Parece que é a edição mais participada de sempre. O balanço está a ser muito positivo, com muita gente, muitos participantes, com muita gente a querer aprender a segar. Não estávamos à espera de tanta gente. Sabíamos que com as comemorações dos 25 anos vinha mais gente mas não esperávamos tanta”, admitia Bruno Aliste, presidente da Associação Cultural responsável pelo evento.
Às comitivas em campanha, este ano juntaram-se, também, cerca de uma centena de escuteiros internacionais que ao longo da semana participam num evento internacional, o Moot. “Esta atividade é muito bonita, com as tradições, os cânticos e a união do povo. Conhecemos pessoas muito boas e uma cultura completamente diferente”, diziam Miguel e Santiago, vindos da Colômbia. Já a belga Marie dizia estar “muito contente por ter vindo”.
“Há pessoas de toda a parte, a comida é muito boa. Gostei muito de conhecer esta tradição. Na minha terra já ninguém faz desta forma, usam-se meios mecânicos”, frisou.
O presidente da Câmara de Bragança, parceira da organização, sublinhava a conquista desta festival ao longo dos 25 anos que já leva. “Já tem uma marca, estamos a falar de 25 anos. Tem feito um trabalho profícuo e tem dinamizado a Lombada. É o reviver o passado, as tradições. É a nossa identidade, que não podemos perder e temos de a passar para os mais novos. Estão admirados e a aprender. Vão levar daqui um ensinamento”, apontava Paulo Xavier.
O autarca acredita que “há margem para crescer”. “Acho que o Festival, nestes 25 anos, já fez um bom trabalho. Agora é preciso pensar um pouco mais, com outras ideias, mantendo aquilo que é tradicional mas fazer uma ampliação para que, não só nas tradições mas no convívio, na música, na venda dos produtos da terra, possamos ir ainda mais longe. É isso que tenho incentivado a associação a fazer”, garantiu.
Para além da segada tradicional, que reuniu centenas de pessoas, e da malha do cereal, houve workshops, concertos de música folk e gaiteiros, mercadinho e uma eucaristia, em que decorreu uma homenagem sentida ao anterior presidente da Junta de Freguesias de S. Julião de Palácios e Deilão, Altino Pires.
Também foi inaugurada uma escultura na aldeia de Palácios, que recebe o festival. “Inaugurámos um elemento escultórico, um gaiteiro, que tem ao seu lado um molho de cereal e uma foice. Representa estes 25 anos de festival.
Para já, pensamos em manter o mesmo formato que se tem vindo a repetir há 25 anos.
O turismo da região está lotado. Aqui na aldeia está tudo cheio”, frisou Bruno Aliste.