Festival da Lombada ganhou músculo para assinalar 25 anos

O Festival de Música e Tradição da Lombada, em Bragança, ganhou músculo este ano com um reforço do orçamento para os dez mil euros de forma a assinalar os seus 25 anos de existência.
Previsto para este fim de semana (sexta, sábado e domingo), trata-se de um dos mais antigos festivais da região, que congrega as tradições da segada e do ciclo do pão com a música dos gaiteiros e tocadores.
“Realmente é um número redondo, que queremos assinalar e comemorar de forma mais vincada todo o trabalho que temos vindo a desenvolver até hoje. A estrutura do festival tem sido a mesma mas este ano apostámos mais em grupos de renome como Galandum Galundaina e o espanhol Paco Diaz”, explicou Bruno Aliste, presidente da Associação Cultural Recreativa e Ambiental de Palácios a aldeia que acolhe este festival.
Ao longo dos últimos anos têm sido cada vez mais os curiosos que fazem questão de participar em diversos momentos, como nos concertos ou na segada tradicional.
“O nosso não é um festival muito grande em termos de visitantes mas aquilo que queremos é proporcionar às pessoas que nos vêm visitar um contacto mais próximo com as pessoas da aldeia, com o facto de poderem experimentar as atividades de segada e malha. Não queremos uma quantidade de gente tal que depois não permita proporcionar essas coisas.
Mas passarão pelo festival 800 pessoas nos três dias”, antevê.
“Temos a segada manual no sábado de manhã, com a merenda da manhã. Depois, durante a tarde, é a malha tradicional. Todos os anos fazemos de forma diferente. Umas vezes com malhos, manualmente, outras com o trilho, com animais, ou com as máquinas mais rudimentares.
Este ano faremos mecanicamente com uma das primeiras máquinas que apareceram por aqui, que só fazem a trilha”, explicou, garantindo que o antigo presidente daquela freguesia, Altino Pires, falecido este ano, “será lembrado no festival e sempre”.
A aldeia, que tem cerca de 30 habitantes, acolhe 12 expositores.
“Os nossos jovens não sabem o que foi o antigamente. E isto é para relembrar e os nossos pais e os nossos avós reviverem. Isto é uma riqueza para nós. Estamos muito orgulhosos que alguém se tenha lembrado de fazer um festival assim há 25 anos. Temos as casas de turismo rural cheias, os restaurantes também. Para nós é muito importante porque as pessoas depois voltam às nossas aldeias”, sublinhou a presidente da Junta de Freguesia de S. Julião de Palácios e Deilão, Luisa Preto.
Também a vice-presidente da Câmara de Bragança, Fernanda Silva, acredita que este festival “é uma marca” para o concelho. “O município tem investido mais nestes festivais, porque são relevantes para a promoção do território e fazem toda a diferença, nesta lógica de diferenciarmos os apoios financeiros de acordo com o que é a relevância dos projetos para o desenvolvimento sustentável do território.
Daí a importância de descentralização da cultura para o meio rural. Só assim é que conseguimos provar a quem está no Governo central que tem de olhar para os territórios de baixa densidade ou do interior de forma positiva. Se não conseguirmos, dentro do nosso território, diferenciarmos positivamente, aquilo que são projetos inovadores e que marcam pela diferença.