Júlia Rodrigues em silêncio sobre o seu futuro

A presidente da Câmara de Mirandela não revela se é sua intenção cumprir o mandato até ao fim (outubro de 2025), ou se vai deixar a presidência entregue ao vereador, Vítor Correia, indicado, há duas semanas, pelo secretariado e pela comissão política concelhia de Mirandela do PS, como o candidato socialista nas autárquicas de 2025.

Depois de ter anunciado, na sua página pessoa, da rede social Facebook, no início de dezembro, que não vai recandidatar-se a um possível terceiro mandato, Júlia Rodrigues foi questionada sobre este assunto, no decorrer da reunião da Assembleia Municipal, do dia 20 de dezembro, pelo deputado municipal do PSD, Paulo Pinto, que foi o escolhido da concelhia social-democrata para indicar como candidato laranja a Presidente do Município, no próximo ano.

No período antes da ordem do dia, Paulo Pinto – eleito como cabeça de lista do PSD à Assembleia Municipal nas autárquicas de 2021 – questionou a autarca socialista, mas Júlia Rodrigues acabou por não responder.

No final da reunião - a última de 2024, mas que terá continuação a 6 de janeiro, por não terem sido discutidos, em tempo útil, todos os pontos da ordem de trabalhos - em declarações ao Mensageiro, Paulo Pinto referiu que a decisão de Júlia Rodrigues em não se recandidatar com o argumento de ser uma questão pessoal “é uma decisão que respeitamos”, no entanto, a sua decisão “tem implicações políticas e a dúvida que ficou nesta assembleia é se vai terminar o mandato ou se vai abandonar antes, dando o lugar de presidente da câmara a quem é o candidato do PS nas autárquicas do próximo ano, podendo capitalizar a favor dele, uma vez que tem alguns meses pela frente”, acrescentou o também presidente da concelhia social-democrata. “Os mandatos são para cumprir até ao fim e apesar de respeitarmos a decisão, queríamos Júlia Rodrigues até ao final do mandato”, concluiu.

Entretanto, confrontada com o assunto, Júlia Rodrigues também recusou adiantar se vai ficar até ao fim do mandato ou se abandona e “entrega” a presidência a Vítor Correia, como começa a ser suspeita dos elementos da oposição.

Recorde-se que José Silvano (PSD), em 2012, abandonou a presidência da câmara de Mirandela, antes de concluir o seu último mandato, que terminava no final de 2013, deixando a presidência nas mãos de António Branco (na altura vice-presidente) que viria a vencer as eleições autárquicas de 2013.