Entrevista a Alex Rodrigues

“Lista plural e livre, com provas dadas”

Publicado por AGR em Qui, 2024-09-05 16:38

1. Porque decidiu candidatar- -se?

Importa começar pelo princípio, reiterando o sucedido ao companheiro Miguel Abrunhosa, atual primeiro Vice-Presidente da Comissão Política de Secção (CPS) e mandatário distrital para a recandidatura de Luís Montenegro nas próximas eleições diretas, como solução natural para liderar a próxima CPS, opinião partilhada pelo Presidente da Comissão Política Distrital. Este companheiro demonstrou, desde a primeira hora, disponibilidade para liderar uma lista de consenso, esta pretensão natural e legítima foi por mim apoiada, mas foi recusada pela liderança da atual concelhia, o que veio a resultar no anúncio prematuro da candidatura de Telmo Afonso. Com este enquadramento, o ter sido feito esse anúncio que por si só é, de forma inquestionável, desagregador, dividindo localmente o Partido e pondo em causa resultados eleitorais futuros, é totalmente incompreensível.

Um conjunto significativo de militantes, que muito têm feito no engrandecimento do concelho e do nosso Partido, entenderam como incorreto e prematuro este anúncio, e, neste sentido, procurámos, desde o primeiro momento, em nome da harmonia e entendimento entre os militantes do PSD e em benefício do concelho, promover esforços no sentido de tentar assegurar o entendimento em vez da desunião. Apresentámos uma proposta concreta para uma lista agregadora, liderada por Miguel Abrunhosa, a qual não foi aceita por Telmo Afonso e António Baptista. A única intenção apresentada pela lista oponente, na presença do Presidente da Distrital de Bragança, era a de tentar convencer Paulo Xavier a liderar uma lista à CPS.

Esta situação não nos pareceu oportuna pois, para além de contrariar a vontade do próprio que nos tinha comunicado dias antes que não pretendia envolver-se no processo e que só após as eleições para a concelhia se pronunciaria sobre a sua eventual disponibilidade de candidatura à Câmara. Assim, foi nosso entendimento que não deveríamos colocá-lo numa situação de fragilidade. Perante esta realidade, como militante do PSD desde 2001, procurei sempre servir o bem comum, primeira das missões a que nos obrigamos no PSD. Tendo sido incentivado por um conjunto significativo de militantes e colegas de Juntas e Uniões de Freguesia, decidi encabeçar uma lista que pretende procurar esta união, experiente e rejuvenescida, e de trabalho para os desafios vindouros. Uma lista plural e livre, com provas dadas no PSD e perante os brigantinos, apostada em continuar a engrandecer Bragança.

 

2. Quais os principais objetivos para o mandato?

O objetivo é claro, renovar a equipa da Comissão Política de Secção (CPS) do PSD de Bragança, na defesa de valores e princípios que sirvam e promovam a união dos militantes, não a exclusão e o afastamento destes, o que se verificou no último mandato da concelhia liderada por António Baptista. Uma CPS deve servir e promover o desenvolvimento e o bem- estar de todos os brigantinos através de ações claras, abrindo o Partido para a discussão e procura de soluções que vão de encontro aos desafios vividos pelos nossos concidadãos. Sabemos que juntos podemos continuar a fortalecer o PSD, continuando a afirmar a liderança autárquica, como tem acontecido desde 1997 com Jorge Nunes na liderança da Câmara Municipal de Bragança, que iniciou um ciclo vitorioso e de bons resultados para o concelho, deixando um legado para o futuro, reconhecido pelos brigantinos e por quem nos visita. Tal só aconteceu porque soube unir os militantes, respeitar os cidadãos, ouvi-los e escolher equipas capazes, animados por um projeto de futuro, mobilizador para os militantes e para a sociedade em geral.

A nossa missão e compromisso são o de representar todos os militantes do PSD, sem esquecer os simpatizantes, de forma transparente e responsável, pois eles são a razão de ser do PSD.

Serão o motivo das nossas preocupações, do nosso respeito e do nosso foco, tendo como primeiro compromisso o desenvolvimento das freguesias e do concelho em geral, assegurando um acompanhamento da realidade local, sempre próximos dos cidadãos. Queremos também fomentar uma maior proximidade com as diversas estruturas locais partidárias, que vão desde a JSD, aos TSD, passando pela ASD e Mulheres Social Democratas.

 

3. Qual o candidato que entende ser o melhor para o PSD concorrer às eleições autárquicas do próximo ano por Bragança?

Como afirmei anteriormente, inclusive ao próprio na presença do Presidente da Distrital, o candidato é, se assim o entender, o atual Presidente da Câmara Municipal de Bragança, o companheiro Paulo Xavier.

A questão essencial é a de que o melhor candidato não pode apresentar-se com a perspetiva da gestão corrente que consome recursos e não acrescenta ao futuro do concelho. Tem de responder pelo menos ao seguinte: Vontade própria muito forte para abraçar os desafios de desenvolvimento do concelho, para servir o bem de todos; Dispor de uma visão e estratégia de desenvolvimento clara para o concelho e compreensível por parte dos eleitores; de uma equipa capaz, experiente em várias áreas, que assumam de forma clara os interesses do concelho, e não qualquer outro interesse.

Estamos num ciclo longo de gestão municipal por parte do PSD, os riscos são acrescidos, e sabendo que a continuidade é sempre uma possibilidade, ela não pode ocorrer a qualquer preço. Esta tem de dispor de uma equipa capaz de acrescentar, de unir, não de diminuir, sob pena de aumentar o risco eleitoral.

 

4. Quais entende que são as prioridades políticas para o concelho de Bragança em que o partido deveria incidir a sua atuação?

A primeira é a de assegurar que a CPS seja um exemplo de boas práticas e de comunicação para todos os militantes e para os brigantinos. Queremos ser o rosto do Partido junto da comunidade, defendendo os interesses locais e promovendo políticas que melhorem a qualidade de vida dos nossos concidadãos. Incentivaremos a sua participação na vida interna do Partido, com sessões de esclarecimento e formação, com especialistas em temas como a cidadania, a democracia e a política europeia. Procuraremos estar atentos aos desafios do nosso Concelho, sempre próximos das pessoas, trabalhando de forma positiva para assegurar o progresso e desenvolvimento sustentável, num projeto político que represente os valores e ambições do PSD.

Mobilizar os melhores candidatos, reconhecidos pela comunidade e com provas dadas, apresentar programas eleitorais que os cidadãos valorizem e que respondam aos desafios das freguesias e do Concelho em geral, assegurando competência e rigor.

 

5. Que balanço faz deste processo pré-eleitoral?

Respondo pela minha candidatura, dos que a integram e apoiam, ciente de que estamos a dar um contributo legítimo e democrático ao PSD, fazendo- -o de forma elevada e com sentido de responsabilidade, certos de que estamos a apontar para caminhos de união e progresso, servindo o bem de todos os cidadãos. Estamos convictos que os militantes que se irão pronunciar no próximo dia 6 de setembro, saberão ver na nossa equipa (lista B) e no nosso projeto, a melhor opção para construir um futuro agregador e de sucesso.

 

6. Tem havido algumas nomeações para cargos políticos. Concorda? Como vê esta matéria?

Nenhuma discordância. Nomeia quem tem legitimidade política, devendo fazê-lo com sentido de Estado, ou seja, escolher os que melhor e de forma mais competente e honesta podem servir as instituições.

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