A opinião de ...

Avaliações

A senhora Margarida Balseiro Lopes é deputada eleita numa lista do PSD. Desconheço o seu currículo, situação profissional e acção no desempenho do cargo. No entanto, o Expresso informa-me da sua pretensão a concorrer à liderança da JSD, na esteira de distintos e reputados especialistas em banalidades e reputados génios de bagatelas. O existirem é um problema de quem os escolhe e neles vota, acerca do benefício derivado dos seus talentos as sondagens falam por eles, corrigi-los ou erradica-los é impossível porque eles emanam de nós próprios, por essa razão as sociedades viram-se na contingência de os recriminar e punir tal como os pais preocupados fazem quando os filhos trilham maus caminhos. De todas estas coisas, nada do que eu considero essencial no tocante à aculturação das Comunidades me motiva mais do que a paideia de todos os seus membros, logo por isso a educação de miúdos e graúdos obriga-me a pensar, a repensar, a tentar entender as motivações profundas e provocatórias dos legisladores parlamentares quando anunciam e enunciam neste sinuoso e singular universo da educação. Daí a minha pergunta: qual a causa subjacente à proposta da Senhora Margarida em defender e propor a avaliação dos professores ser realizada cometida (não sei se em exclusivo) aos seus (ou outros alunos) da Escola ou estudam?
Terá formulado a proposta de modo a obrigar as pessoas a pensarem no seu conteúdo? Por impostura de vaidade de quem quer sair do anonimato? Por sincera ignorância? Ou por pura e vivaz estultícia?
A Honorável como dizia o meu amigo Salgueiro Maia “nem as pensa”, se pensasse logo lha viria à mente a evidência de os educadores ficarem acorrentados ao efeito simpatia, se sou simpático os meninos concedem-me boa nota, se procuro cumprir o programa e avaliar justamente, obterei má avaliação junto dos amigos da preguiça, amantes do fastio do estudo, membros da brigada – isto não é para se fazer, é para se ir fazendo – ao modo relapsos a pagarem contribuições e impostos até ao momento da fiscalização tributária os apanhar.
As juventudes partidárias gozam de má-fama, as causas derivam de frequentes acusações de carreirismo transporta a pasta dos «patrões», de venderem o cabaz de votos a quem pagar melhor (entende-se lugares), de serem conhecidos pela relutância ao estudo não faltando exemplos de jotas deputados conhecidos por acumularem matrículas, mudanças de curso e do «oh Relvas vai estudar!», ou o recente velho escolho do professor visitante de Berkeley.
Obviamente, os bons alunos militantes das jotas também existem, porque estão qualificados não se sujeitam a vexames, muito menos a imposições, singram em qualquer lado dadas as virtudes que alardeiam e estou convencido…não imitariam a Dona Balseiro.
Estamos em semana de reflexão sobre os Mistérios da vida, nas angústias, alegrias, paixões e ambições, por assim ser atrevo-me a apelar ao deputado Adão Silva e ao deputado José Silvano (novel secretário-geral) a sensibilizarem a sua companheira no Grupo Parlamentar sobre as consequências do seu gesto se o levar avante. Por mim, dentro da minha limitada esfera de acção através da palavra e da escrita publicarei novos textos dando amplitude às interrogações integrantes deste texto e a outras porque a asneira é livre, como nós somos livres de a descascar como quem descasca uma cebola fétida a enterrar no quintal ou colocar no saco do lixo isotérmico.
Boa Páscoa.

Edição
3672

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