A opinião de ...

OE/2021: Ora agora mentes tu, ora agora minto eu!…

Para, em tempo oportuno, dar o merecido destaque a alguns dos muitos e importantes factos políticos que, multiplicando-se como “setos” nos pinhais depois das primeiras chuvas de outono, ocuparam, durante o mês de outubro as grandes manchetes da comunicação social, adiei a publicação do último trabalho sobre as estradas 218 e 317.
Por ser humanamente impossível aborda-los todos, escolhi os três mais importantes e atuais, como sejam a instalação da aplicação STAYAWY Covid, a próxima eleição do Presidente da República e a proposta de orçamento de estado para o ano de 2021.
Dizer ao país, como o fez Sr. Dr. António Costa que, para tentar travar a propagação do Covid-19, ia ser imposta a obrigatoriedade de instalar a aplicação STAYAWY Covid 19, desculpe lá, Sr. Primeiro Ministro, mas esta não lembrava nem ao diabo. Desta vez tem de aceitar que foi longe demais, se espalhou a todo o comprimento e o espalhanço foi de tal ordem, que não havia ABS, nem sistema de travagem às quatro rodas, que lhe valesse. Quis assim, tudo bem, mas é incontornável que esta atitude, para além do mais, veio levantar sérias dúvidas sobre competência, a operacionalidade e até a utilidade prática do seu enorme gabinete de apoio, suportado pelos nossos impostos.
Agora que a procissão ainda nem sequer saiu para o adro, a avaliar pelo naipe de prováveis candidatos, tudo indica que as próximas eleições para a presidência da república serão um espetáculo divertido, variado e muito animado. Os papagaios e malabaristas do costume já se perfilam e, despudoradamente, andam por aí à solta, já avançam os resultados finais e, ignorando a Constituição, até prometem “governar” o país, esquecendo que, antes deles, já havia um candidato que “antes de o ser já o era”, além de milhões de cidadãos com condições para se candidatarem, que só não o fizeram porque têm a noção do ridículo, têm dignidade, bom senso e sentido de responsabilidade.
Duas palavras sobre o Orçamento do Estado para 2021. O país está cansado e enojado do habitual espetáculo de baixa comédia que é a discussão deste O.E., já sabe quem mentia mais ou quem mentia menos, e até quem o vai deixar passar. Pela crise que vivemos, resta aos deputados ser responsáveis, deixar-se de encenações e de fitas e aprovar a proposta de orçamento e, aproveitando a embalagem, para se pouparem e, sobretudo, pouparem-nos a nós, duma assentada, aprovem o também o O.E.na especialidade, as adendas, as rasuras, as ressalvas, o que perceberem e não perceberem, que para nós vale o mesmo e, a seguir, sem pressa para voltar, aproveitem e, vão para férias. Para os que não tiverem nada para se entreterem, porque lá há falta de mão de obra, venham até Trás-os-Montes trabalhar na apanha da maravilhosa castanha longal. Por cá pagamos bem, come-se melhor e, no fim da faina, sempre levam mais uns cobres no bolso, com a certeza de terem feito alguma coisa de útil para a comunidade.

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3805

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