Carlos Fernandes

Dá que pensar... Não vale tudo...

Dois anos de pandemia deveriam ser suficientes para pensarmos naquilo que queremos, naquilo que somos e naquilo que andamos cá a fazer. Mas parece que não chegam.
Continuamos a ver pessoas que se acham eternas, insubstituíveis, para quem o mundo e a vida giram á sua volta e se comportam como se fossem os donos disto tudo.
Dizendo que vivemos em democracia ainda não fomos de deixar de ser uma sociedade salazarista e corporativa ou uma sociedade comandada por várias corporações.


II Epístola do cimo de Portugal aos donos disto tudo

Senhores
Eu bem sei que desde a rebolução francesa, no séc. XVIII, bos preocupais munto em dibidir a politica entre squerda e direita. Dá-bos jeito que seja assim. E pronto.
Tudo o que bem da squerda é bom. Tudo o que fai a squerda é bom e bem feito. A squerda é progresso, desenbolbimento, pleno emprego e postos de trabalho c’até s’arramam.
E tudo o que bem da direita é mau. Tudo o que fai a direita é mau e mal feito. Nem squer admitis que o mau pode ser bem feito.
E co’isto bos entreteis há mais de 200 anos.
Mas nun é bem assim.


III Epistola do Interior

Aos Deputados Catarina Martins e Jerónimo de Sousa
Excelências
Um cidadão português nascido em 1955 começou a trabalhar em Outubro de 1969 no sector do comércio. Tinha, então, catorze anos e meio (14,5). Em plena ditadura de Estado Novo de Salazar. Em Maio de 1971 começou a fazer descontos para a Caixa de Previdência do Distrito de... Tinha feito em Abril 16 anos e todos os meses descontava (religiosamente) para a Previdência.
Em 9 de Julho de 1976 tomou posse como funcionário público no gabinete do Ministro C.I.


I Epistola do Interior

Aos Deputados
Catarina Martins
Jerónimo de Sousa
 
Excelências
Quem acompanha a política nacional não pode esquecer o vosso percurso partidário e político especialmente nos últimos dez anos.
Uns acusam-vos de oportunistas, outros de vendedores de banha da cobra. Há ainda quem pense que o vosso catecismo político é a demagogia e há os que vos acusam de prometerdes tudo a todos como «sol na eira e chuva no nabal».
Mas eu sei que há quem vos deteste, que há quem vos odeie e que há quem vos abomine!


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