Álvaro Mendonça

A Sociedade VIII. A vida na Aldeia – A economia familiar c)

A economia caseira recorria ainda a toda a criação de aves (e respectiva produção de ovos) que, para além de garantir as gerações seguintes, eram fonte de proteína em todas as épocas do ano. Mais raramente, algumas famílias, mais abastadas, abatiam um vitelo, frequentemente em conjunto com outras, dada a impossibilidade de conservar quantidades de carne relevantes, por muito tempo.


Se me é permitido

Perdoar-me-ão puxar pelos poucos galões que tenho, mas sou já um sénior nas andanças da produção, transformação e comercialização de carnes no Nordeste Transmontano: Começarei por enumerá-los: Terminei o curso de Medicina Veterinária em 1981, já na perspectiva de vir a trabalhar no matadouro do Cachão, para onde tinha sido convidado um par de anos antes. A missão era colaborar na construção do Matadouro e nos seus projectos paralelos e estes eram muitos, vinham já de um tempo anterior, onde a organização e modernização da produção eram a prioridade.


A Sociedade VI. A vida na Aldeia – A economia familiar a)

Mesmo já tendo abordado assunto é imperativo recordar a vida em casa, regressando aos 50 e 60. Na ausência de electricidade e gás (era raríssimo alguém ter fogão a gás, sobretudo pela dificuldade de adquirir as garrafas), o uso de lenha para cozinhar e para aquecimento era a única solução. Usavam-se as lenhas provenientes da limpa dos pomares, em especial da oliveira, e do “esgalhar” dos freixos. As vides provenientes da limpa da vinha, de fácil combustão, eram reservadas para acender o lume. Juntava-se todo este material durante o verão nos sequeiros, onde perdiam a humidade excessiva.


A Sociedade V – A vida na Aldeia

O comércio era quase inexistente, na aldeia. Em quase todas havia uma taberna, logo que possível convertida em café, que coexistia com um pequeno comércio. Ali se podia comprar arroz e massa e demais produtos alimentares de primeira necessidade que se conservassem por si, bacalhau, latas de conserva, açúcar massa e não muito mais. O abastecimento era feito nas feiras e na vila, onde se ia raramente. Uma grande revolução, para estes comércios, foi a electricidade e sobretudo o aparecimento da televisão.


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