A opinião de ...

Aí vêm elas, as eleições. E o resto?

Por mais alheado que alguém possa andar, tanto do dia a dia das pessoas como da vida do país no seu todo, é difícil de compreender e impossível de ignorar, o porquê da vertigem eleitoral, como se o interesse e a felicidade atual e futura da maioria pessoas reais estivesse dependente do resultado de uma qualquer eleição, seja ela para o presidente da república, o gestor do condomínio, o presidente da direção da equipa de futebol do bairro, ou de tantas outras semelhantes a estas, como se o mundo acabasse amanhã e não houvesse futuro nem vida para além do resultado das eleições.
O certo e perigoso é que a generalidade das pessoas, quando os próximos atos eleitorais, previstos para 2024 e 2025, ainda nem sequer têm data marcada, mas os tempos de emissão dos grandes meios de comunicação já foram tomados de assaltado pelos aparelhos partidários onde, em tempo oportuno, já colocaram uma infinidade de satélites e asteroides inúteis, atentos e veneradores que, mais nuns do que noutros, gravitam e se orientam na órbita de todos os partidos.
Porque o mal para o país não vem por aí, e longe de mim pensar ou defender que numa sociedade livre e democrática seja crime ter opinião, ser filiado ou simpatizante dum partido ou defender qualquer teoria ou credo religioso em conformidade com os anseios, os princípios ,e as ideias de cada um.
Para estar calados, não poder criticar nem ter o atrevimento de discordar do politicamente correto defendido pelos iluminados, já foi tempo de sobra o meio século em que mantiveram em total obscurantismo a generalidade dos cidadãos.
Agora, passados cinquenta anos depois da madrugada libertadora do vinte e cinco de abril de 1974, azar dos azares, temos de reconhecer que muita da gente atual, quando o bom senso, a dignidade, a vergonha, a noção do ridículo, a falta de inteligência, de lucidez e de humildade para se consciencializarem e aceitarem as suas limitações, bem como a capacidade de reconhecerem as suas fraquezas, passaram à sua rua e lhes bateram à porta, infelizmente para eles e desgraçadamente para todos nós, se estavam em casa, não ouviram tocar à campainha, e as consequências estão à vista de todos.
O mais grave, a nível global é que, para além da situação geopolítica, social e económica, a curto e médio prazo, não prometem nada de bom, perante as vergonhas, os escândalos e os crimes atribuídos a elementos da classe política, tais como roubo de malas, violação de adolescentes a troco de dinheiro, ou despedimento de jovens mães no período de aleitação etc., e deus queira que eu me engane, o mais que ainda poderá estar para vir, que se faça tudo para que os longos meses das próximas campanhas eleitorais não se transformem numa carnaval pegado, situação que, para quem ainda tiver um pingo de vergonha, não deverá interessar nada.
(Continua).

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4024

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