Paulo Cordeiro Salgado

Ler é preciso

Um imperativo: ler. Deem-me, caros leitores, duas razões para que esta conversa sobre o ler, aqui, no “nosso” Mensageiro, faça sentido. Sim, ‘Mensageiro’ significa – conforme o Dicionário Priberam – “pessoa que leva uma mensagem”, explicitando mais à frente: “anunciador, precursor, pressagiador”. Prefiro, ao caso, precursor. É quem vai adiante e percorre as nossas vidas, o nosso meio, e deambula, e passeia, e assinala, e critica, na busca incessante de despertar-nos para algum facto, alguma personagem, uma realidade neste e naquele recanto da nossa Terra.


Duas notas (des)atuais

1.ª Greenwashing e nós
No momento em que deixo estas reflexões, já muita água correu debaixo das pontes (que veio atenuar ligeiramente a seca imensa neste nosso Planeta, a cada momento menos verde). Por isso, o leitor poderá pensar: não vale a pena continuar. Mas, vá lá.


Cidadãos e Transição Digital em Saúde - II

De novo convosco, estimados leitores, refletindo sobre a Transição Digital (TD), matéria que aparenta alguma aridez. Não é verdade que quotidianamente ouvimos falar de TD?
No texto anterior, lembro, referi que a TD é o processo de capacitação de pessoas e organizações fazerem o mesmo com menos recursos. É ambicioso o programa europeu e mundial de tornar o Homem capaz de fazer mais e melhor com vantagens significativas para o crescimento económico, conceito diferente de desenvolvimento humano, que é socialmente mais rico.


Cidadãos e Transição Digital em Saúde - I

Tive oportunidade de participar, como palestrante, no Fórum “A Transição Digital na Saúde: Desafios e Oportunidades”, no dia 2 de novembro, promovido pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. Foi um evento inserido nas muitas iniciativas pelo País para assinalar o “Mês das Competências Digitais”. Ali apresentei a minha perspetiva: «Transição Digital, Cidadãos e Sociedade - Breves Notas».


A Música e o Mundo distópico

Quantos compositores nos sensibilizam através da sua Música…fazendo apelo à solidariedade, à amizade, à fraternidade, nunca desejando incutir maldade ou ódio! Vejamos o que nos disseram alguns conhecidos compositores.
«A música é minha vida e a minha vida é a música. Quem não entender isso, não é digno de Deus» – Amadeus Mozart. Proximidade ao amor, ao divino.


Contrastes

1. Eu vi. Poisadas, milhares, milhões de flores em Green Park. Posso fazer uma ideia: imagino um milhão de pessoas que vão passando, cada uma trazendo um ramo de um quilograma. Quanto dá?…Ali ao lado, na Regente Street, um homem seminu (só com calças; recordo que onde vi mais home less – não é de pasmar! – foi em NY, sim, na cidade de extremos) aguarda que algumas moedas caiam no copinho de cartão. Por certo, poucas tocarão no fundo do copo, apesar do movimento de pessoas.


Josete Fernandes - a propósito da sua exposição de pintura em Bragança

Cedães, uma aldeia do concelho de Mirandela. Um pormenor: uma casa na Rua da Igreja, sobranceira à ribeira que corre em baixo. Passei lá há dias: o tempo tem sido rude e a ribeira vai seca! (o tempo há-de esturricar-nos a todos...). Fomos recebidos pela terceira vez, a minha mulher e eu, pelo casal Josete e Miguel. Bebido um copo de água fresca na varanda, descemos ao piso inferior, onde está instalado o atelier de Josete Fernandes. Naquela divisão da casa, respira-se a frescura do ambiente, misturada com as tonalidades frescas dos trabalhos da pintora.


O Erro de Descartes e o pastor – de novo, as emoções

Desce as arribas do Sabor, agarrado ao seu pau, liso, gasto de décadas, uma bela vara de olmo, as ovelhas pastando aqui e ali, metediças, a espreitar a erva do terreno vizinho – é sempre assim, até os animais têm estes gostos. Ele, o meu amigo pastor, lança a pedra com perícia e afasta os seus animais.
- Põem-se doudas quando miram a erva noutras partes; cá pra mim, elas têm quereres que às vezes fazem lembrar algumas pessoas que gostam de ter o que não lhes pertence – atirou-me, quando me aproximava, chegando à sua fala.


O mundo das emoções

Quando escutamos os grandes fados de Amália ou de Carlos do Carmo; quando lemos uma obra de Torga ou de Mia Couto ou de Eugénio de Andrade; quando olhamos as pintura de Nadir Afonso ou de Graça Morais ou de Josete Fernandes; quando apreciamos uma calçada portuguesa desenhada por um canteiro ou um ajardinamento floral recortado algures por algum perito nesta arte; quando nos sentamos diante da obra de mestre Afonso Domingues que traçou o Mosteiro da Batalha; quando descemos os socalcos do Côa para apreciar as pinturas rupestres – ficamos extasiados, emocionados.


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