O momento político - 1 Responsabilidade, vergonha e dignidade exige-se
E pensávamos nós que em Portugal já se vivia numa democracia exemplar, estável, moderna e avançada. Puro engano.
E pensávamos nós que em Portugal já se vivia numa democracia exemplar, estável, moderna e avançada. Puro engano.
Desde que a elaboração do Orçamento de Estado para o ano de 2022 passou a ser notícia, foram queimados meses sem conta em reuniões por tudo e para nada, declarações de compromisso, de amizade e de fidelidade, estudo de táticas e de estratégias subterrâneas, avanços e recuos por dar cá aquela palha e tomadas de posição sem sentido, sem nexo e sem qualquer interesse para a elaboração do orçamento de estado, acabando por tornar numa guerra de interesses surda e suja, o que poderia e deveria ser apenas a elaboração de um documento sério e honesto, vital para a gestão criteriosa e responsável d
Recordo-me que antigamente, quando as crianças queriam brincar na rua, tinham de organizar/improvisar tudo, coisas normais como a escolher os locais, os jogos, a constituição dos grupos, ou as regras dos jogos, e já então, os “lideres”, para convencer os que não gostavam das tarefas que lhes calhavam, lhes diziam que aquilo era só para brincar, resumindo-se todo a uma espécie de “Faz de conta”.
Confrontado com a quantidade extraordinária de acontecimentos recentes, cada qual o mais importante, resolvi adiar a publicação da segunda “BATALHA NAVAL” e, dando folga aos marinheiros e descanso à armada refletir sobre conceitos tão simples quanto atuais, como o poder, o desgaste do poder e o poder do desgaste na governação, a corrupção e a democracia.
Todas as batalhas navais da história tiveram sempre a imensidão dos oceanos como o cenário natural para o seu teatro de operações.
Foi aí que um número incontável de bravos marinheiros, em guerras sem igual e sem quartel, em condições adversas e contra inimigos de toda a espécie, se cobriu de glória para toda a eternidade, enfrentado, com desprezo das próprias vidas, para além da força e da raiva dos inimigos, a força indómita das águas revoltas dos oceanos.
Garantidamente, pouca gente esperaria que, por causa do terramoto eleitoral que aconteceu para as bandas de Lisboa, para saber os resultados finais destas eleições, teria de esperar até ao raiar da aurora do dia seguinte.
Dentro do mais lídimo espírito escutista que aprendi nos meus tempos de escuteiro, a minha “boa ação de hoje” vai ser lembrar à multidão de pegas, papagaios e outros parlapatões similares, que em épocas de eleições, como os cogumelos de outono, aparecem do nada na comunicação social, nas arruadas, nas apresentações de candidatos, nos comícios, nos cafés etc., etc., que ELEGER deriva do latim “ ELIGERE” e significa, “escolher por meio do voto”, VOTAR é a “expressão livre da vontade de alguém através do voto” e DEBATER é “defender ideias próprias, rebater e contestar as afirmações e pontos d
Então não é que, quando já todos desesperávamos pela chegada dos alforges bem locupletados com as arrobas e arrobas de euros vindos das terras da nossa querida e muito generosa Europa, o nosso primeiro ministro, através dum jornal (e aqui vou ter de dar a mão à palmatória porque nos idos tempos do século passado, mais de uma vez, disse os jornais nunca publicavam nada que se visse e que se aproveitasse), acaba de surpreender o país proclamando triunfalmente que, ainda antes de chegar a dita da bazucada europeia, o governo, muito provavelmente ainda antes do vinte e seis do mês de setembro,
Dum meu trabalho recente sobre a solidariedade na antiguidade clássica antes da era cristã, extraí um pensamento de Plauto e outro de Terêncio (escritores romanos daquela época) que, apesar da sua antiguidade de mais de dois milénios, mantêm todo o sentido e toda a atualidade, nestes dias conturbados que vivemos que ameaçam fazer desabar todos os princípios e valores de referência que proporcionaram as condições para o aparecimento, posterior desenvolvimento e consolidação das sociedades e das civilizações modernas.