José Mário Leite

Elogio envenenado

Aníbal Cavaco Silva descongelou a bílis acumulada ao longo dos últimos sete anos e veio destilar o rancor acumulado contra António Costa, à reunião dos autarcas laranjas. De um homem a quem o país deu tudo quanto lhe pediu, desde duas maiorias absolutas a duas presidências da República, esperavam-se contributos para ajudar a nação, nestes tempos conturbados em vez de acusações, mesmo que com algum fundamento, sobre a gestão do poder que o povo português sufragou, confortavelmente, há pouco mais de um ano.


O Mercado do Tabaco

O tabaco é responsável por milhões de vítimas, todos os anos, para além de doenças agudas e crónicas afetando um universo largamente maior. Os seus efeitos não se restringem aos fumadores pois afetam igualmente quem é exposto ao ambiente poluído pelo seu consumo de tal forma que proporcionou a criação da figura de fumador passivo para caracterizar quantos, não fumando, respiram o ar poluído pelo fumo dos cigarros.


Sessenta mil!

Não havia como contestá-lo. Estava claro, explícito e devidamente quantificado na notícia do “Mensageiro de Bragança”, assinada pelo jornalista Francisco Pinto, citando fontes da autarquia: a Feira Medieval de Torre de Moncorvo trouxe 60.000 visitantes aquela vila transmontana!
Sessenta mil! Mais coisa, menos coisa!


Zero

A taxa zero do IVA será aplicada a um conjunto limitado de produtos alimentares de primeira necessidade, ou seja será um subgrupo do conjunto de mercadorias já contemplado com a taxa reduzida de 6%. Será, portanto, se refletida na totalidade, no preço final, um ganho pequeno. Seis euros em cada cem!


Aeroporto? Qual aeroporto?

Normalmente, de pouco serve ter razão antes do tempo, a não ser uma satisfação por ver reconhecida a sua clarividência e capacidade de antevisão, também por quem, anteriormente, a tinha contestado. É verdade que de pouco adianta vir dizer “isso já eu tinha dito, recomendado ou antecipado há muito tempo” mas também não há mal nenhum em recordá-lo e, com razão, reclamar mais atenção, para futuras “recomendações”.


Inflação? Que inflação?

Qualquer leigo na matéria que leia de forma leve e descontraída os primeiros capítulos de “A Riqueza das Nações” de Adam Smith ou, melhor, assista a uma aula de introdução à economia pelo Professor da Universidade Católica, João César das Neves entenderá que os princípios das relações económicas são, na sua génese, simples. Alguém tem ou produz um bem que outrem pretende, acordam o valor, o comprador paga e a transação efetua-se. O preço justo, em mercado aberto e livre, resulta do ajustamento entre as curvas da oferta e da procura.


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