Investigadores testam cereais ibéricos para salvar o tartaranhão-caçador

Investigadores do projeto ibérico “LIFE SOS Pygargus” coordenado pela Associação Palombar, com sede em Vimioso, começaram a testar variedades de cereais com potencial para salvar o tartaranhão-caçador, dando início à sua monitorização para apurar o impacto de cada espécie cerealífera.
“Nesta fase de germinação das variedades das espécies cerealíferas, estamos a realizar ensaios de seleção de variedades de cereais, para escolher aquelas que mais se adaptam ao ciclo reprodutivo do tartaranhão-caçador e às regiões onde são cultivadas, numa altura em que esta espécie migra de África para a Península Ibérica”, explicou o coordenador da investigação, Joaquim Teodósio.
De acordo com o também biólogo, a cultura de cereais vai permitir aumentar a área de habitat natural desta espécie de aves, já que a ceifa tem um período mais alargado, o que permite uma permanência do tartaranhão-caçador nos territórios a norte e sul de Portugal e na Estremadura espanhola por mais tempo.
“As culturas de cereal de sequeiro, como o trigo, a cevada e o centeio, quando conduzidas com práticas agrícolas compatíveis com a conservação da biodiversidade, podem oferecer condições propícias para a nidificação do tartaranhão-caçador (‘Circus pygargus’). Estas culturas proporcionam uma vegetação densa e estruturada durante a primavera, período em que a espécie escolhe o solo para construir os seus ninhos”, explicou, Teodósio.