Nordeste Transmontano

Primeira vítima de febre hemorrágica Crimeia-Congo morreu em Bragança

Publicado por António G. Rodrigues em Sex, 2024-08-23 14:56

Um homem de 83 anos, natural de Grijó de Parada, no concelho de Bragança, é a primeira vítima mortal de febre hemorrágica do Congo confirmada pela Direção Geral de Saúde (DGS) em Portugal.

De acordo com informação da própria DGS, o homem, agricultor, deu entrada no hospital a 11 de julho e faleceu a 22 de julho.

“O caso teve início de sintomas a 11/07/2024 (febre, mialgias, vómitos, diarreia), após picada por carraça, tendo sido internado no Hospital de Bragança, onde faleceu a 22/07/2024”, lê-se na informação da DGS.

O caso “não tinha história conhecida de contactos com outros casos da doença, nem de deslocações para fora, ou, de relevo, dentro do território nacional”. O diagnóstico foi efetuado no dia 14 de agosto, confirmado laboratorialmente após a morte do idoso.

Segundo a DGS, este foi o primeiro caso detetado em Portugal mas em Espanha, em zonas de fronteira, foram detetados 16 casos desde 2013, três só este ano.
“Até ao momento não foram detetados casos adicionais da doença na região norte”, lê-se.

Entretanto, houve suspeitas de um segundo caso, de uma mulher, emigrante em França, natural do concelho de Vila Flor, que esteve internada no hospital de S. João, no Porto, mas que não se confirmou como febre hemorrágica Crimeia-Congo, mas que foi laboratorialmente descartado.

Entre os sintomas mais frequentes estão febre súbita, dor de cabeça, dores musculares, além de diarreia, náuseas, vómitos ou conjuntivite, que exigem cuidados médicos especializados.

O período de incubação da doença varia segundo o modo de contágio e a carga viral. Após a picada de uma carraça pode ocorrer entre um a três dias (no máximo, nove dias) e após o contacto com sangue ou tecidos infetados pode demorar cinco a seis dias (máximo de 13 dias).

“Não há risco de surto nem de transmissão de pessoa para pessoa, evidenciando que, atualmente, se trata de um evento raro e esporádico. O vírus que causa a febre hemorrágica da Crimeia-Congo (FHCC) não foi detetado, até agora, em carraças na rede de vigilância entomológica Rede de Vigilância de Vetores (Revive), o que indica que o risco para a população é reduzido”, pode ler-se ainda no comunicado.

A DGS apela também para a adoção de medidas preventivas para deteção das carraças, como o uso de roupas claras e calçado fechado durante atividades na natureza, a utilização de repelentes de insetos sobre o vestuário e a inspeção de roupas, corpo e cabelo após a atividade ao ar livre.

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