F. Costa Andrade

Membro do MPN, CPLGSP e ONE

Finalmente, a chuva!

A chuva, depois de ter andado arredia do nosso convívio durante tanto tempo, cuja falta dela estava a tornar-se dramática e a causar prejuízos astronómicos, em toda a atividade económica do país, muito difíceis de avaliar no imediato os quais, como é evidente e por razões óbvias, afetaram e, inevitavelmente, continuarão a afetar severamente e por muito mais tempo ainda, todos os setores a atividade agrícola, como uma bênção caída dos céus, para gáudio e algum alívio, especialmente das pessoas que vivem mais ligadas e dependentes da vida nos campos, voltou a cair com alguma regularidade e


Será que havia necessidade de mais esta trapalhada?

Curiosamente, ou talvez não, nesta fase do calendário em que a classe política do país, devia estar concentrada na discussão e votação do Orçamento de Estado para 2023, torna-se extremamente difícil compreender e aceitar, o autêntico tsunami de suspeitas de incompatibilidade de funções que, dia após dia, está a por em causa a legitimidade de um número demasiadamente extenso de elementos do governo, fenómeno que, duma maneira impossível de disfarçar, está a corroer por dentro e descredibilizar perante a opinião pública a imagem de todo o governo de maioria socialista o que, só por si, é


E tudo “o vento virou”!

No meio de tantas adversidades, é mesmo caso para dizer que já só nos faltava mais esta pelo que, lembrando o saudoso Nicolau Breiner, pergunto a quem souber, puder e quiser responder, “que mais nos irá acontecer”, na certeza porém de que, mesmo se estas crises fossem rapidamente ultrapassadas, muito dificilmente, ou talvez mesmo nunca, a vida na terra poderá voltar a ser o que era.


Batam em latas, rompam aos saltos e aos pinotes!... (Mário Sá Carneiro - 1890/1916)

Sem pretender estabelecer qualquer correlação entre o tempo em que Mário Sá Carneiro escreveu o poema donde extraí a citação que intitula o apontamento desta semana, curiosamente e sem saber por que carga de água isso aconteceu, logo que tantas e tantas pessoas e personalidades desataram a celebrar, com cânticos e loas, o “entendimento histórico” entre os principais encenadores de mais um ato da tragicomédia grotesca em que transformaram, ou deixaram que se transformasse, o sonho da construção do malfadado aeroporto de Lisboa, veio-me logo à ideia o repto lançado pelo poeta a todos aquel


Dão-se alvíssaras

Para os menos versados nestas coisas da língua de Camões, porque, com as portas abertas pelo último acordo ortográfico, como por aí se se vai escrevendo e se vai falando, a continuar assim por mais algum tempo, faltará pouco para que isso seja tudo menos a língua portuguesa do nosso grande épico, esclareço que a palavra alvíssaras, do árabe “albixãra”, significa o “prémio que se dá a quem traz boas notícias ou entrega um objeto perdido”.(Vide Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa).


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