Márcio Santos

Meteo Trás-os-Montes

“Carnaval na eira, Páscoa à lareira”.

As previsões indicavam que fevereiro seria um mês seco e quente, dominado pela persistência do anticiclone e assim está a ser.
Nos últimos dias assistimos a um fortalecimento das altas pressões que nos garantiu o regresso da estabilidade, com descida das temperaturas mínimas, o reaparecimento dos nevoeiros e das geadas em alguns locais, também notamos uma subida das temperaturas máximas, que se acentuou a partir de ontem.


“A fevereiro e ao rapaz perdoa tudo quanto faz, se fevereiro não for secalhão e o rapaz não for ladrão”

A previsão mensal indicava a possibilidade de um mês tendencialmente seco e com temperaturas acima da média e assim está a ser, em toda a região sem exceção. Nos últimos dias verificamos como apesar da muita nebulosidade, a precipitação foi muito escassa ou mesmo nula e as temperaturas, quer mínimas, quer máximas, estiveram bem acima do que seria normal e desejável para esta altura do ano.


Em fevereiro, vai acima ao outeiro: se vires verdejar, põe-te a chorar; se vires terrear, põe-te a cantar

Fevereiro arrancou com nova mudança de padrão meteorológico na nossa região, as chuvas registadas durante a segunda metade de janeiro, cessaram, e devido ao posicionamento do anticiclone na península ibérica, fomos afetados por uma massa de ar tropical que fez com que os termómetros subissem para valores que, embora não sejam inéditos para a época, são de facto pouco comuns, iniciamos a semana, no passado domingo, com Mirandela a chegar aos 20.7ºC, Bragança aos 18.1ºC, e o Douro perto dos 24ºC.


“Se a Senhora das Candeias (02 de fevereiro) rir, está o inverno para vir.”

Está prestes a chegar ao fim o segundo mês do inverno meteorológico, janeiro que ficou marcado pela precipitação em geral abaixo do normal na nossa região, dominado na maior parte do tempo pelo anticiclone e pelos nevoeiros e sincelos, a chuva que se registou nos últimos dias não chegou para pelo menos se atingirem as médias climatológicas, pelo que será mais um mês seco, entre tantos que temos registado nos últimos anos.


Vento e sensação de muito frio, o que é a sensação térmica?

Os últimos dias foram marcados pela influência da Depressão Glória na nossa região, esta tempestade nomeada pela espanhola AEMET (Agência Estatal de Meteorologia), afetou com particular intensidade o leste e extremo norte da Península Ibérica, com nevadas e chuvas intensas, em Trás-os-Montes ficamos localizados numa zona intermédia, entre as altas pressões centradas a norte e a depressão (cut-off) a sul, como sabem nos anticiclones o ar circula em sentido horário e nas depressões em sentido anti-horário, gerou-se assim um corredor de ar muito frio e seco, de origem continental, que ganhou f


Depois da chuva, novamente o frio…

Depois de um arranque de semana marcado pelas baixas temperaturas, nevoeiro e sincelo que causaram alguns constrangimentos na região, o padrão meteorológico alterou-se a partir da última terça-feira, lentamente a instabilidade conseguiu romper o domínio anticiclónico e várias frentes atlânticas avançaram para a nossa região, a principal consequência desta alteração foi a introdução de nova dinâmica na atmosfera, com movimento nas camadas altas, rompendo de vez com a inversão térmica e pondo um ponto final neste episódio gélido e seco que durava há várias semanas.


Bloqueio anticiclónico duradouro e baixas probabilidades de precipitação

As chuvas cessaram nos dias que imediatamente antecederam a época natalícia, o padrão mudou radicalmente, de uma situação perturbada de poente, passamos para um potente e duradouro bloqueio anticiclónico, garantindo um panorama estável, sem precipitação, com fortes inversões térmicas e nevoeiros persistentes.
Uma vez que aos nevoeiros se juntaram temperaturas negativas, também assistimos à aparição dos típicos sincelos, um verdadeiro espetáculo na natureza que pintou muitas zonas da região de branco, fazendo lembrar um elemento que continua ausente neste inverno, a neve.


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