Pe. Estevinho Pires

A Apresentação da Virgem Maria

A memória da Apresentação de Maria celebra-se a 21 de novembro, antecedendo a Apresentação de Jesus no Templo, a 2 de fevereiro. O Evangelho nada diz à cerca desta edificante história, narrada pelos escritos apócrifos de Tiago, do ano 200 DC. A falta de fundamentação bíblica e histórica faz com que esta celebração esteja no Calendário Romano apenas como “memória” , embora São Paulo VI lhe reconheça valor, porque “para além do dado apócrifo, propõem conteúdos de alto valor exemplar e dá continuidade a veneráveis tradições”.


Capela do Senhor dos Perdidos, Vale Churido, Bragança Deixamo-la perder, ou recuperamo-la?

A capela do Senhor dos Perdidos está inscrita no itinerário da piedade popular das gentes de Bragança, faz parte da memória cultural e devocional, bem único, portadora duma mensagem que compete legar às gerações futuras.
Reza a lenda que, nos limites de Bragança, para lá do rio Fervença, se travou uma dura batalha, em tempos da reconquista cristã. Os Sarracenos liderados por Sá, à frente de mil homens, investem contra as tropas cristãs do conde de Ariães, vindo estes últimos a ser derrotados no sítio da Perdida, onde mais tarde se edificou a Capela.


"Nossa Senhora das Dores Maria mulher forte, corajosa, junto à cruz não renega o seu filho"

Presente junto à Cruz, Maria vive e sente os sofrimentos de Seu Filho, pelo que na liturgia se lhe dedica especial atenção, celebrando a sua memória, a 15 de setembro, logo após a festa da Exaltação da Santa Cruz, dia 14. As dores da Virgem, unidas aos sofrimentos de Cristo foram redentoras, indicando-nos o caminho da nossa dor.


Maria educadora no caminho da nossa fé

A Instrução Geral ao Missal Romano [IGMR] ao falar do ano litúrgico, solenidades, festas, e memórias, recorda que “a Igreja, ao mesmo tempo que celebra no decurso do ano o mistério de Cristo, venera também com especial amor a Santa Maria, Mãe de Deus”… . Por isso, as festas da Bem-aventurada Virgem, que se sucedem durante o ano, não contradizem, nem se opõem à celebração do mistério de Cristo, mas aprofundam-no. No dizer de São Paulo VI, Maria está “unida por laço indissolúvel à obra de seu Filho”.


Solenidades, festas e, memórias, da Virgem Maria

O Papa, São Paulo VI, com o Motu Próprio Mistério Pascal, de14 de fevereiro de 1969, restaura o ano litúrgico, na linha dos ensinamentos do Concílio Vaticano II [SC. 102 a 111], clarificando o mistério pascal de Cristo, tanto na organização do Próprio do Tempo e dos Santos, como na revisão do Calendário Romano. No n.º 2 esclarece que “as festas da Virgem Maria, unida por laço indissolúvel à obra de seu Filho, não se opõem de modo algum à celebração do mistério de Cristo”, embora tenham sido objeto de particular revisão. 


Senhora da Veiga, Alfaião, Bragança: A origem da capela e, o milagre das vacas que ficaram dependuradas

ui Feio assinala a capela da Senhora da Veiga, junto do rio Penacal, um afluente do Fervença, num local verdadeiramente bucólico. Está inserida numa cerca onde existem estruturas de apoio às romarias: instalações sanitárias, palco, bar e, um edifício polivalente. Continua o autor do livro “Locais de culto Mariano, terras de Bragança e Zamora”: “não há barulho, nem lixo, nem ruínas”. Embora em terrenos adjacentes à ermida, surgem moedas, cerâmicas, do período romano e, a capela pode estar assente sobre um sítio de culto pré cristão.


Mesmo em tempo de pandemia a espiritualidade na saúde é um direito e um dever universal

Dada a pertinência da afirmação do acompanhamento humano e espiritual ao doente, volto ao tema abordado por mim n.º 3784, deste jornal. É fundamental não esquecer o doente, neste tempo de pandemia! A espiritualidade na saúde é um direto e, um dever universalmente consagrados, reclamem-nos! Dada a compreensível e necessária restrição das visitas, aos familiares, por receio da propagação da pandemia à comunidade, podem sempre contar com a colaboração do assistente espiritual e religioso no hospital, ele está ao vosso dispor, contactem-no para ser o vosso interlocutor com o vosso doente!


As Confrarias, o espírito e, a oportunidade.

A Igreja não é mais uma sociedade desigual, onde Deus destinou os clérigos para comandar e, os leigos para obedecer. Se assim é deve-se ao Concílio Vaticano II [Vat. II] e, a teólogos como Yves Congar que exiliaram por três vezes para ver se o obrigavam a desistir de estudar, ensinar, escrever e publicar sobre as questões que exigiam reformas inadiáveis na Igreja Católica. Apesar de tudo aguentou e, João XXIII chamou-o para perito do Vat. II. Bastante do que o Vat. II analisou a ele se deve, nomeadamente o que se refere aos leigos na Igreja.


A Confraria dos Chãos e a assistência aos feirantes [2]

Os Chãos pela sua localização estratégica teve uma importante feira, grande promotora do desenvolvimento local. As feiras mensais, na sua grande maioria, eram instituídas pelo poder central e, restringiam-se quase sempre às sedes de concelho. As anuais coincidiam, em geral, com as grandes festividades litúrgicas. A feira dos Chãos não sendo medieval e, apesar do declínio que algumas sofreram, atravessou o século XVII. O primitivo santuário aparece como resposta à assistência dos feirantes, mercadores e almocreves, que se dirigiam de Bragança para Mogadouro, Mirandela e, Moncorvo.


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