Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Uma questão de exemplo

Adriano Moreira, antigo governante e líder do CDS-PP, professor universitário e colaborador do Mensageiro de Bragança, dizia, em certa ocasião, perante uma plateia, que tinha alguma parcimónia em fazer eco da sua condição de transmontano. Não por não ter orgulho nas suas origens mas para não deixar envergonhados os que não tinham o privilégio de ser transmontanos como ele.
Adriano Moreira é um dos exemplos de pessoas que, saindo do Nordeste Transmontano rumo ao litoral, nunca esqueceram as suas origens, nunca as renegaram e tudo fizeram pela sua terra.


Ser, parecer e a mulher de César

Dos romanos herdámos muitas coisas, da arquitetura às leis, da linguagem à organização administrativa. Mas também herdámos muitos provérbios.
Um dos mais utilizados na política é aquele que se refere a Pompeia, segunda mulher de César.
Apesar de não ter prevaricado contra o casamento quando decidiu fazer uma festa apenas reservada a mulheres, ficou sob suspeita depois de um rapaz ter conseguido furar a proibição, entrando disfarçado de mulher.
Júlio César acabou por se divorciar de Pompeia, dizendo que "à mulher de César não basta ser séria, também tem de o parecer".


O primeiro dia do resto das nossas vidas

Segunda-feira, 15 de março, marca indelevelmente a nossa situação atual pois é o tão ansiado primeiro dia dia do resto das nossas vidas.
O início do processo de desconfinamento, o segundo porque passou Portugal, espera-se que seja acertivo e o último por que passamos, mesmo a conta-gotas.
Foi o primeiro dia do resto das nossas vidas pois espera-se que, a partir daqui, não se volte atrás com uma quarta vaga de pandemia.
Um ano depois, já ninguém pode dizer que é apanhado desprevenido.


Um ano de pesadelo

Marcelo Rebelo de Sousa, então no seu primeiro mandato de Presidente da República, tinha acabado de receber um banho de multidão em Podence, onde felicitou os Caretos que tinham sido considerados Património da UNESCO.


Libertar-nos da escravidão da covid-19

Na sua Mensagem da Quaresma, o Papa Francisco disse que “a viagem da Quaresma é um êxodo da escravidão para a liberdade”.
Este tempo coincide, também, com o confinamento decretado pelas autoridades portuguesas, que deverá terminar precisamente no período que é o mais importante para os Cristãos e que assinala a Ressurreição, o regresso à vida, e que se desdobra semanalmente em cada domingo.
Com os números da pandemia a descer rapidamente nas últimas semanas no distrito de Bragança, todos anseiam o regresso à vida normal de cada um, com Fé e Esperança.


Quando todos ficarem para trás, que país teremos pela frente?

Há quase um ano, a 19 de abril de 2020, o Papa Francisco dizia, na missa que assinalou o 20.º aniversário da instituição do Domingo da Divina Misericórdia, que “enquanto pensamos numa recuperação lenta e trabalhosa da pandemia, é precisamente este perigo que se insinua: esquecer quem ficou para trás”.
O Papa referia-se, em primeira instância, ao perigo de descartar os mais frágeis da sociedade. Mas, quase um ano depois, quando a pandemia e o novo coronavírus já se enraizaram na nossa vida de forma arreigada, as palavras do Papa Francisco estão mais atuais do que nunca.


Há de ficar tudo bem

Numa altura em que se vivem os piores dias de sempre em termos de contabilidade de casos e mortes provocadas pela pandemia que nos virou o mundo do avesso, não é fácil pensar que, findo o sofrimento, há de ficar tudo bem. Mas sim, vai ficar tudo bem.
Ao longo da História da Humanidade, o Homem viveu momentos mais ou menos trágicos, mais ou menos duros, de grande prosperidade e de enorme carência. E não foi por isso que a vida deixou de continuar.


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