Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Cuidar primeiro

Segundo noticiava a Agência Ecclesia na terça-feira, o Vaticano apresentou um simpósio internacional sobre cuidados paliativos, com especialistas médicos, representantes católicos e islâmicos, procurando promover uma “revolução cultural” contra a eutanásia.
“Cuidar dos doentes, da família e da sociedade no seu todo é uma revolução cultural, que temos de promover”, disse aos jornalistas o presidente da Academia Pontifícia para a Vida (APV), D. Vincenzo Paglia, citado por aquela agência de informação.


Cooperação transfronteiriça, mito ou realidade?

Ao longo deste ano, num trabalho que tem vindo a ser feito há quase uma década, a Guarda Nacional Republicana (GNR) sinalizou 41868 idosos a viverem sozinhos ou isolados em todo o país no âmbito da operação “Censos Sénior”.
De acordo com os dados divulgados por aquela força de segurança, o maior número de idosos identificados a viver sozinhos ou isolados foi no distrito de Vila Real (4736), seguido da Guarda (4183), Faro (3272), Viseu (3201) e Portalegre (3147), sendo que o distrito de Bragança, com 3142 idosos nessas condições, é o sexto da lista.


Copo meio cheio ou meio vazio?

No domingo passado, o Papa Francisco assinalou no Vaticano o III Dia Mundial dos Pobres, com a celebração da Missa, na Basílica de São Pedro, questionando o descarte de pessoas em nome do lucro.
“Quantos idosos, nascituros, pessoas com deficiência, pobres… considerados inúteis! Andamos com pressa, sem nos preocuparmos que aumentem as desigualdades, que a ganância de poucos aumente a pobreza de muitos”, disse, na homilia da celebração transmitida pelos canais da Santa Sé e citado pela agência Ecclesia.


Proximidade

Tornar os territórios do interior do país “mais atrativos para as pessoas” é um dos principais objetivos de Isabel Ferreira, a cientista consagrada que foi nomeada Secretária de Estado para a Valorização do Interior.
São muitos os céticos que se ouvem bradar contra esta Secretaria de Estado. De facto, olhando para um passado mais ou menos recente, sabe-se que, em termos governativos, as boas ideias do papel raramente tiveram igual correspondência na realidade. E Deus sabe quanto o interior precisa que as boas ideias saiam do papel…


O filtro

A informação nunca esteve tão disponível à população em geral como agora e esse é o seu principal inimigo. Não por uma qualquer tendência de controlo obcecante mas, simplesmente, porque com tanta informação disponível, torna-se virtualmente impossível distinguir a informação que realmente importa a cada um e ter capacidade de assimilar os conteúdos necessários a cada indivíduo.
Com a massificação de conteúdos na internet, as pessoas tornam-se reféns dos motores de busca e dos seus algoritmos.


As árvores do pão

Segundo noticiou esta semana a Agência Ecclesia, a Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) pediu à nova liderança comunitária uma transição “justa e inclusiva” para a ecologia “integral”, que proteja as pessoas e o ambiente.

De acordo com a agência noticiosa da Igreja, os bispos sublinham a necessidade dar “atenção especial aos mais vulneráveis, levando em consideração os recursos limitados do planeta e a necessidade de um uso circular de materiais”.


Um exemplo

“Uma presença serena.” Foi assim que D. José Cordeiro se referiu ao Cón. Abílio Augusto Miguel, que nos deixou no final da semana passada, aos 94 anos.
Quem teve o privilégio de lidar com o Cón. Abílio sabe o extraordinário ser humano e a “presença serena” que era.
Apontado por muitos como “um exemplo”, foi ordenado sacerdote por D. Abílio Vaz das Neves, seu tio e fundador do jornal diocesano Mensageiro de Bragança, que o Cón. Abílio Miguel viria a dirigir durante mais de 23 anos, num dos períodos talvez mais profícuos do jornal.


À espera da reforma...

Muita gente vai olhando para o progressivo aumento da idade da reforma com o olhar perdido no horizonte, com a nostalgia do tempo que passa mas não corre. O factor de sustentabilidade vai adiando, adiando, e a hora da reforma nunca mais chega. Até que o corpo, que tem o seu próprio relógio, dá de si antes da hora que os outros impuseram... A que tarda em chegar.
Há de ser mais ou menos isto que pensaria o nosso sistema eleitoral se fosse um funcionário.


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