José Mário Leite

JOSÉ SÓCRATES Da convicção à (in)certeza

Quando o antigo líder do PS foi preso e acusado, pensei seriamente que ele seria culpado. Eu e a maioria dos que assistiram, atónitos, à detenção, quase em direto, do ex-primeiro ministro. Não passaria pela cabeça de ninguém que o Ministério Público promovesse uma ação daquela envergadura e repercussão sem ter razões sólidas e muitíssimo bem fundadas. A minha indignação deveu-se ao modo humilhante com que o assunto foi tratado, mas imputei o exagero à comunicação social ávida de notícias e fenómenos bombásticos que lhe garantam venda de papel e suporte adequado de audiências.


RAVENA E O MOTOR MONOFÁSICO

 
Numa das suas ficções, Jorge Luis Borges fala-nos de Droctulf, um guerreiro lombardo que participou na invasão de Ravena, integrado no exército germânico. O bárbaro, depois de arrasar várias povoações italianas ao transpor as muralhas da cidade deslumbrou-se de tal forma com a beleza do que viu e contemplou que mudou de “trincheira” e morreu a defendê-la dos que com ele inicialmente a atacaram.
Tal como os cavaleiros mongóis que acabaram por envelhecer nas cidades chinesas que pretendiam destruir para que nelas fosse feita uma gigantesca área de pastoreio.


SUBSÍDIO PARA SUICÍDIO

 
Neste início de férias em que o tempo cálido e ausente de notícias de relevo convida ao descanso e ligeireza, decidi partilhar com os leitores um episódio que apesar de estranho é verídico, estando devidamente registado e documentado no arquivo da correspondência da Fundação Calouste Gulbenkian. Corria o ano de  1987, Portugal tinha acabado de entrar para o Clube Europeu e os portugueses iniciavam-se numa arte que teria grandes e muitos aderentes: a obtenção de subsídio!


Subsídio para suicídio

Neste início de férias em que o tempo cálido e ausente de notícias de relevo convida ao descanso e ligeireza, decidi partilhar com os leitores um episódio que apesar de estranho é verídico, estando devidamente registado e documentado no arquivo da correspondência da Fundação Calouste Gulbenkian. Corria o ano de  1987, Portugal tinha acabado de entrar para o Clube Europeu e os portugueses iniciavam-se numa arte que teria grandes e muitos aderentes: a obtenção de subsídio!


Big Data (Continuação)

Relativamente à minha última crónica sobre a proteção de dados pessoais foram levantadas duas questões aparentemente parecidas mas que, na realidade, não o são. Amigos comentaram que este é um problema e uma consequência da contemporaneidade. É a vida moderna que exige esta “exposição” para adequação à sociedade da informação. E, contudo, nem esta parafernália responde a desafios modernos, nem tão pouco a preocupação com este tema é de agora.
 


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