PICALSO (Contributo para uma pseudo teoria económica)
Germano Trancoso, abastado proprietário nordestino, desiludido com as aplicações bancárias (quem vier a ler a novela saberá porquê) seguiu o conselho de um amigo: resolveu investir em arte. Pegou em vários milhares de contos e comprou um quadro do Picasso. Era a aposta mais segura, garantiram-lhe. Inicialmente interregou-se frequentemente se aquela pintura de mulheres com rostos angulosos com narizes deformados, olhos fora do sítio e bocas exageradas justificavam todo aquele investimento. Rapidamente se tranquilizou.